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REFORMA
Projeto de mudança nos impostos pode ser votado depois das eleições
Governo quer criação de
tributo similar à CPMF
DENISE CHRISPIM MARIN
enviada especial a Salvador
O Ministério
da Fazenda estuda a inclusão
de um tributo
semelhante à
CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no projeto de reforma tributária que será encaminhado ao Congresso Nacional.
Ontem, o presidente do Congresso, senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), afirmou que
a reforma tributária deverá ser votada pelos parlamentares depois
do mês de outubro -portanto,
após o primeiro turno das eleições-, para ser implementada a
partir do ano que vem.
Segundo o secretário-executivo
do Ministério da Fazenda, Pedro
Parente, a equipe técnica concluiu
que a CPMF, cobrada sobre os débitos em conta corrente, tem um
modelo de arrecadação eficiente,
de difícil sonegação.
Por isso estuda-se preservar esse
mecanismo no projeto de reforma
tributária. De janeiro a dezembro
do ano passado, foram recolhidos
R$ 6,9 bilhões de CPMF, quando a
previsão inicial era de arrecadação
de cerca da metade dessa cifra.
"A CPMF e a reforma tributária
não são incompatíveis nem contraditórias", afirmou Parente. "Se
definirmos uma alíquota que permita o mesmo nível de arrecadação atual, a CPMF poderá ser englobada."
Ele acrescentou que a preservação desse modelo de arrecadação
dependeria da eliminação do chamado "elemento pernicioso" da
CPMF: sua incidência em cascata
(em várias etapas do processo produtivo).
Saúde
Parente não adiantou detalhes
sobre a preservação da CPMF no
novo sistema de impostos estudado pelo governo -não se sabe se
sua receita continuaria vinculada
aos gastos com saúde. As declarações de Parente mostram uma
mudança na opinião da equipe
econômica quanto à CPMF.
A Receita Federal combateu a
criação do tributo quando este foi
proposto, em 1996, pelo então ministro da Saúde, Adib Jatene, como alternativa para suplementar o
orçamento do setor ao longo de,
no máximo, dois anos.
Há duas semanas, o próprio Parente havia dito que, qualquer que
fosse a decisão sobre o financiamento da saúde, a CPMF seria
uma alternativa provisória.
Reforma fiscal
ACM confirmou que já conversou com o presidente Fernando
Henrique Cardoso sobre o novo
prazo de votação da reforma tributária no Congresso.
"Estamos na linha de uma bela
reforma tributária e em um ano
atípico, de amplas eleições", afirmou ACM. "Maravilha", disse o
ministro da Fazenda, Pedro Malan, minutos depois.
Malan acentuou que o novo projeto, a ser encaminhado ao Congresso "em breve", não será apenas uma reforma tributária, mas
também uma reforma fiscal. Ele
não quis especificar qual será a data de envio do novo projeto.
Além de reformular toda a política de arrecadação de impostos
da União, Estados e municípios, a
nova reforma deverá redefinir a
responsabilidade de cada uma das
esferas de governo na provisão de
serviços e bens à população.
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