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SÃO PAULO
Convenção do PMDB aprova coligação com o PFL por ampla maioria; partido vai indicar o vice à prefeitura
Tuma afirma que tem saúde para disputa
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PFL à Prefeitura
de São Paulo, Romeu Tuma, disse
ontem, durante a convenção do
PMDB, que tem saúde para disputar as eleições e que não quer
morrer. A convenção aprovou a
coligação com o PFL.
"Muita gente tem espalhado por
aí uma história canalha de que eu
não tenho saúde. É mentira. Provarei isso nas caminhadas que irei
fazer. Não sou suicida, não quero
morrer", disse Tuma, após criticar a cobertura da imprensa sobre
sua candidatura.
Em junho de 98, sem histórico
de doenças cardíacas, Tuma sofreu um infarto agudo e recebeu
quatro pontes de safena. Dois meses depois, voltou ao hospital com
um edema agudo no pulmão.
Partidos de origem histórica antagônica, PMDB e PFL fecharam a
aliança praticamente sem oposição. Por 188 votos, a convenção
aprovou a coligação. A proposta
de o PMDB lançar candidatura
própria teve 34 votos. Houve três
votos nulos e sete em branco.
Um acordo fechado entre o ex-governador Orestes Quércia e 27
dos 41 diretórios zonais do partido, que defendiam a candidatura
própria, garantiu a aprovação da
coligação com ampla vantagem.
De acordo com Arlon Viana,
presidente do diretório zonal da
Lapa, Quércia teria se comprometido a ficar neutro na escolha do
vice. Na prática, segundo ele, isso
significaria o fortalecimento de
Bebeto Hadad, quarto suplente de
deputado federal, para a vaga.
A escolha do vice será feita em
nova convenção do PMDB, marcada para 18 de junho. O deputado estadual Gilberto Nascimento
e o deputado federal Lamartine
Posella também querem a vaga.
Contrariado pela decisão do
partido, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), um dos principais opositores da coligação, apenas lamentou o fato de o PMDB
não ter um candidato com chances de ganhar as eleições e pediu
unidade no partido.
Os protestos ficaram por conta
do ex-deputado Tonico Ramos,
que manteve sua pré-candidatura
até o fim da convenção.
Em discurso, ele lembrou a origem autoritária do PFL e o fato de
o ex-deputado Hildebrando Pascoal ter sido filiado ao partido de
Tuma, que também teria "políticos de escola duvidosa".
Quércia disse que historicamente o PMDB faz alianças com a
esquerda. Agora, o partido estaria
fazendo uma aliança de "centro"
com o PFL.
Ele disse esperar que a coligação
"desça o sarrafo no Maluf, no PT e
na Erundina".
Tuma lamentou o fato de Quércia não ter sido eleito presidente
da República em 1994 e agradeceu
ao deputado Luiz Antonio de Medeiros (PFL) por ele ter aberto
mão da vaga de vice na chapa.
Tuma disse que "os vereadores
terão força na administração".
Questionado pela Folha sobre os
efeitos na campanha das acusações de corrupção sofridas por vereadores do PFL e do PMDB, Tuma disse que isso "é problema de
cada um dos partidos".
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