São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000


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SÃO PAULO
Convenção do PMDB aprova coligação com o PFL por ampla maioria; partido vai indicar o vice à prefeitura
Tuma afirma que tem saúde para disputa

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PFL à Prefeitura de São Paulo, Romeu Tuma, disse ontem, durante a convenção do PMDB, que tem saúde para disputar as eleições e que não quer morrer. A convenção aprovou a coligação com o PFL.
"Muita gente tem espalhado por aí uma história canalha de que eu não tenho saúde. É mentira. Provarei isso nas caminhadas que irei fazer. Não sou suicida, não quero morrer", disse Tuma, após criticar a cobertura da imprensa sobre sua candidatura.
Em junho de 98, sem histórico de doenças cardíacas, Tuma sofreu um infarto agudo e recebeu quatro pontes de safena. Dois meses depois, voltou ao hospital com um edema agudo no pulmão.
Partidos de origem histórica antagônica, PMDB e PFL fecharam a aliança praticamente sem oposição. Por 188 votos, a convenção aprovou a coligação. A proposta de o PMDB lançar candidatura própria teve 34 votos. Houve três votos nulos e sete em branco.
Um acordo fechado entre o ex-governador Orestes Quércia e 27 dos 41 diretórios zonais do partido, que defendiam a candidatura própria, garantiu a aprovação da coligação com ampla vantagem.
De acordo com Arlon Viana, presidente do diretório zonal da Lapa, Quércia teria se comprometido a ficar neutro na escolha do vice. Na prática, segundo ele, isso significaria o fortalecimento de Bebeto Hadad, quarto suplente de deputado federal, para a vaga.
A escolha do vice será feita em nova convenção do PMDB, marcada para 18 de junho. O deputado estadual Gilberto Nascimento e o deputado federal Lamartine Posella também querem a vaga.
Contrariado pela decisão do partido, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), um dos principais opositores da coligação, apenas lamentou o fato de o PMDB não ter um candidato com chances de ganhar as eleições e pediu unidade no partido.
Os protestos ficaram por conta do ex-deputado Tonico Ramos, que manteve sua pré-candidatura até o fim da convenção.
Em discurso, ele lembrou a origem autoritária do PFL e o fato de o ex-deputado Hildebrando Pascoal ter sido filiado ao partido de Tuma, que também teria "políticos de escola duvidosa".
Quércia disse que historicamente o PMDB faz alianças com a esquerda. Agora, o partido estaria fazendo uma aliança de "centro" com o PFL.
Ele disse esperar que a coligação "desça o sarrafo no Maluf, no PT e na Erundina".
Tuma lamentou o fato de Quércia não ter sido eleito presidente da República em 1994 e agradeceu ao deputado Luiz Antonio de Medeiros (PFL) por ele ter aberto mão da vaga de vice na chapa.
Tuma disse que "os vereadores terão força na administração". Questionado pela Folha sobre os efeitos na campanha das acusações de corrupção sofridas por vereadores do PFL e do PMDB, Tuma disse que isso "é problema de cada um dos partidos".


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