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Governo do RS reprime ato contra corrupção
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Brigada Militar impediu
que um protesto de sem-terra e
sindicalistas contra o escândalo de corrupção no governo de
Yeda Crusius (PSDB) chegasse
ao Palácio do Piratini -a sede
do governo do Estado. Os manifestantes, que também protestaram contra a alta nos preços dos alimentos, entraram em confronto duas vezes com a
polícia -15 manifestantes ficaram feridos, nenhum em estado grave, e 12 foram presos.
No final da tarde, Yeda elogiou a ação "em nome da manutenção da ordem pública": "A
marcha com depredação não é
aceita e, portanto, dentro dos
limites da lei, e este é um governo que trabalha dentro da lei, a
manifestação foi dissolvida".
Cerca de 400 manifestantes
promoviam uma marcha pelas
ruas do centro de Porto Alegre.
Eles pretendiam chegar à sede
do governo, mas foram impedidos por um aparato com 300
policiais, cães, bombas de efeito
moral e dois helicópteros.
O novo comandante-geral da
Brigada, coronel Paulo Roberto
Mendes, que assumiu o cargo
na segunda, coordenou a operação. Um grupo de policiais da
tropa de choque também ficou
diante do Palácio do Piratini.
O primeiro enfrentamento
aconteceu em frente ao supermercado Nacional, que pertence à rede norte-americana Wal-Mart. Segundo o coronel Mendes, houve uma tentativa de depredação do local -o que os
movimentos sociais negam.
Os manifestantes derrubaram uma cerca e gritaram palavras de ordem contra a alta dos
preços dos alimentos. Policiais
reagiram com bombas de efeito
moral e tiros com balas de borracha, que provocaram ferimentos em oito pessoas. Segundo o coronel Mendes, policiais também ficaram feridos.
Dispersado, o grupo voltou a
se reunir próximo aos tribunais
da Justiça Federal e o Parque
da Harmonia. Houve novo confronto -bombas e balas de borracha foram novamente disparadas. Em frente ao palácio, desde as 11h, cerca de 60 estudantes protestavam contra Yeda. Às 12h20, deixaram o local.
Em Piratini (349 km de Porto
Alegre), um grupo de sem-terra
invadiu, pela manhã, uma área
da empresa Votorantim Celulose e Papel.
(GRACILIANO ROCHA)
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