DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após promoverem invasões e protestos em quase todo o país, os sem-terra invadiram ontem, pela manhã, uma área da empresa Votorantim Celulose e Papel, em Piratini (349 km de Porto Alegre).
A Via Campesina informou que 200 manifestantes participaram da ação e outros 150 montaram acampamento também em outra área da empresa, em Herval (395 km da capital).
A empresa não confirmou a segunda ação dos sem-terra e disse que cerca de 60 militantes invadiram a área da fazenda Santa Maria, em Piratini, onde há plantações de eucalipto.
Segundo a Via Campesina, a manifestação foi pacífica e tinha como objetivo "denunciar" o avanço da monocultura do eucalipto na região sul gaúcha.
A ação em Piratini, realizada ontem, teve início por volta das 7h e foi encerrada às 11h. Em nota, a Votorantim informou que os sem-terra deixaram o local "de forma pacífica" e que não houve prejuízos.
Anteontem, sem-terra ligados à Via Campesina protestaram em 13 Estados contra a atuação de multinacionais no país, a monocultura da cana, o aumento nos preços dos alimentos e o modelo energético.
A entidade afirmou ontem que não dará trégua às multinacionais, especialmente às ligadas à área alimentar. Dirigentes da Via Campesina criticaram a imprensa na cobertura das invasões e sinalizaram que vão aumentar o tom contra o governo Lula. A entidade negou ter destruído material de pesquisas durante os protestos.
Ontem, sem-terra prosseguiram ações iniciadas na terça pelo interior gaúcho. Em Aratiba, na divisa com Santa Catarina, cerca de 300 pessoas bloquearam a rodovia que dá acesso à hidrelétrica Itá. Segundo a Via Campesina, houve ações em Pernambuco, Bahia e Brasília.


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