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Paulinho decide se afastar da presidência do PDT-SP
Reinaldo Nogueira assume cargo; deputado também deixa Executiva Nacional do partido
Vieira da Cunha, presidente interino, diz estar satisfeito porque atitude do colega "preserva a sigla", que foi "sempre marcada pela ética"
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Suspeito de participação em
desvios de empréstimos do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho
da Força, pediu ontem afastamento da presidência do Diretório Estadual do PDT paulista.
Ele também se licenciou do
cargo que detém na Executiva
Nacional pedetista.
A decisão foi anunciada pelo
presidente interino do PDT,
deputado Vieira da Cunha (RS).
"Nós já esperávamos esse afastamento, sobretudo depois que
o Supremo Tribunal Federal
abriu inquérito contra o deputado Paulinho", disse. "Não significa que seja culpado. Esperamos que ele prove sua inocência e retorne às suas funções."
Vieira da Cunha afirmou ter
ficado satisfeito com a decisão
tomada por Paulinho. "Não diria que é um alívio, mas nós estamos satisfeitos. É uma atitude que preserva a nossa sigla. É
muito ruim para o PDT conviver com essas manchetes [a
respeito do caso BNDES]. Nosso partido sempre foi marcado
pela ética", disse ele.
O STF autorizou a abertura
de inquérito contra o congressista em 29 de maio. A medida
baseou-se nas investigações da
Polícia Federal que revelaram
esquema de corrupção envolvendo sindicalistas, advogados
e prefeituras. No inquérito da
PF sobre o caso, o nome de
Paulinho foi citado 75 vezes. O
Conselho de Ética da Câmara
também abriu processo por
quebra de decoro contra ele.
Paulinho tem negado participação no esquema do BNDES.
Afirma ser vítima de perseguição política. Na carta que entregou para pedir seu afastamento, Paulinho afirma ser alvo de
"uma implacável, insidiosa e
perversa campanha de desmoralização pública baseada em
denúncias falsas".
Ainda na carta, o congressista se comparou ao ex-presidente Getúlio Vargas, que se suicidou em 1954 depois de uma crise envolvendo seu governo.
"Nos anos 50, os conservadores, os inimigos do povo e dos
trabalhadores tentaram manchar a honra do grande Getúlio
Vargas, levando-o ao suicídio."
O atual secretário-geral do
PDT em São Paulo, deputado
federal Reinaldo Nogueira, vai
substituir Paulinho na presidência do partido. Ele disse que
o deputado continuará a ser ouvido sobre as decisões em relação às eleições municipais.
Na capital paulista, o PDT se
divide entre apoiar o candidato
do bloquinho (PDT-PSB-PC do
B), deputado Aldo Rebelo (PC
do B), ou defender o nome da
ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
"Tem uma porção do partido
que quer apoiar Marta", afirmou Reinaldo.
O presidente Vieira da Cunha disse também que há a possibilidade de o partido ter um
candidato próprio. Ele afirmou
ainda que o nome de Paulinho
não está descartado.
O advogado do congressista,
Leônidas Scholz, disse ontem
que pretende impugnar, na Câmara, o relatório da PF de 89
páginas que tratou da suposta
participação do deputado nos
fatos investigados pela Operação Santa Tereza. Segundo ele,
a PF não tinha atribuição legal
para investigar Paulinho.
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