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MILITARES
Substituto do "Minas Gerais", comprado há 39 anos, poderá ser feito no país
Marinha busca novo porta-aviões
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A Marinha decidiu se desfazer
do histórico "Minas Gerais", único porta-aviões da frota brasileira,
comprado do governo britânico
há 39 anos.
O planejamento para a substituição do "Minas Gerais" já está
"em fase de concepção", informou o Serviço de Relações Públicas da Marinha. Há duas opções:
mandar construir um novo navio
ou comprar um de segunda mão.
A Folha apurou que a principal
hipótese é encomendar a construção de um novo navio a um estaleiro nacional, como fez anos
atrás com duas corvetas (navios
de combate usados em patrulhas
e escoltas), fabricadas no Rio.
A Marinha prepararia o projeto
do porta-aviões e contrataria uma
companhia brasileira para construir casco, tubulações e sistema
hidráulico. Como armamentos e
aparelhos eletrônicos não são fabricados aqui, serão importados.
Na opinião de construtores navais ouvidos pela Folha, os custos
do projeto podem chegar a US$ 1
bilhão, se o Brasil optar pelos armamentos mais modernos.
Para o presidente do Sindicato
Nacional da Indústria de Construção Naval, Omar Peres, empresas brasileiras são capazes de
fabricar o navio, desde que a Marinha apresente o projeto.
"Temos como fazer no Brasil,
apesar de nunca um porta-aviões
ter sido construído aqui", disse.
A opção de a própria Marinha
preparar o projeto do substituto
do "Minas Gerais", posteriormente contratando a construção
a um estaleiro nacional, é considerada estratégica por especialistas em militarismo naval.
Nenhum país vende tecnologia
de primeira linha na área militar.
Se o Brasil comprar um projeto, já
estará vulnerável militarmente.
A segunda hipótese estudada é a
compra de um porta-aviões de segunda mão que atenda ao Plano
Estratégico da Marinha e à política de defesa nacional.
O destino do "Minas Gerais" está indefinido: pode ser vendido
ou sucateado (desmontado para o
aproveitamento de peças).
Atualmente, o "Minas Gerais"
passa por uma reforma no Rio e
está sendo adaptado para operar
os 23 caças comprados do Kuait
há dois anos -que devem entrar
em atividade em fevereiro de
2000, segundo o cronograma.
Segundo engenheiros da Marinha, a vida útil operacional do
"Minas Gerais", que já passou por
várias reformas -principalmente para a implantação de sistemas
eletrônicos-, expirará em 2010.
A troca de um navio das dimensões de um porta-aviões exige que
a Marinha defina o que fará de sete a oito anos antes da data-limite.
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