São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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Petista pediu cassação de liberal em SP

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Embora em campos ideológicos distintos, petistas e liberais convivem pacificamente na maioria das prefeituras que conquistaram coligados em 2000, mas em dois casos a relação política entre os partidos gerou crises que resultaram em rompimento.
A situação mais extrema é a de Peruíbe (SP). Após o rompimento, a única vereadora do PT, Onira Betioli (PT), se entrincheirou na oposição e pediu ao Ministério Público pedindo a cassação do prefeito Gilson Bargieri (PL) por improbidade administrativa.
O MP acatou o pedido e moveu ação contra o prefeito. Ele é acusado de vender uma casa que usou como comitê de campanha e, depois de eleito, alugá-la sem licitação, por preço superior ao de mercado, para instalar uma unidade da prefeitura.
O prefeito nega a acusação e se diz alvo de perseguição política dos ex-aliados, que chegaram a ocupar postos no governo. "Aqui, não importa qual é o projeto. O PT é sempre contra", disse.
"Não estamos perdendo nada porque não tem coerência nenhuma", devolveu a vereadora, em referência ao apoio declarado de Bargieri a Ciro.
O outro caso de ruptura ocorreu em Bicas (MG). Segundo o presidente local do PT, vereador Amarildo José Mairinque, o prefeito Antonio Carlos Barreto (PL) não ofereceu cargos ao partido após a vitória na eleição.
De acordo com a versão do prefeito, os petistas rejeitaram as pastas oferecidas ao partido. "Hoje, nossa relação é a pior possível", afirmou Barreto, que se diz ex-eleitor de Lula, mas que trabalhará para Ciro ou Serra devido às divergências com o PT.
Em outras cidades, a situação é oposta. O prefeito de Córrego Danta (MG), Gilmar Sidnei da Silva (PL), se diz engajado na campanha de Lula e só tem elogios aos petistas. "É um povo honesto, bom de mexer esse do PT."
Para o prefeito de Sacramento (MG), Nobuhiro Karashima (PT), a convivência com o PL no governo é tranquila porque não há "conflito ideológico". "A questão ideológica só é importante no PT", disse.
Apesar disso, PT e PL estiveram longe de ser aliados preferenciais nas prefeituras conquistadas pelos dois partidos na eleição de 2000 (187 pelo PT e 234 pelo PL).
Segundo levantamento da Agência Folha nos TREs, no caso do PT, os aliados preferenciais foram PSB (60 coligações), PDT (54) e PC do B (48). O PL se uniu mais vezes a PFL (84 coligações), PMDB (80) e PTB (69). (FS)


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