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Petista pediu cassação de liberal em SP
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Embora em campos ideológicos distintos, petistas e liberais
convivem pacificamente na maioria das prefeituras que conquistaram coligados em 2000, mas em
dois casos a relação política entre
os partidos gerou crises que resultaram em rompimento.
A situação mais extrema é a de
Peruíbe (SP). Após o rompimento, a única vereadora do PT, Onira
Betioli (PT), se entrincheirou na
oposição e pediu ao Ministério
Público pedindo a cassação do
prefeito Gilson Bargieri (PL) por
improbidade administrativa.
O MP acatou o pedido e moveu
ação contra o prefeito. Ele é acusado de vender uma casa que
usou como comitê de campanha
e, depois de eleito, alugá-la sem licitação, por preço superior ao de
mercado, para instalar uma unidade da prefeitura.
O prefeito nega a acusação e se
diz alvo de perseguição política
dos ex-aliados, que chegaram a
ocupar postos no governo. "Aqui,
não importa qual é o projeto. O
PT é sempre contra", disse.
"Não estamos perdendo nada
porque não tem coerência nenhuma", devolveu a vereadora, em referência ao apoio declarado de
Bargieri a Ciro.
O outro caso de ruptura ocorreu
em Bicas (MG). Segundo o presidente local do PT, vereador Amarildo José Mairinque, o prefeito
Antonio Carlos Barreto (PL) não
ofereceu cargos ao partido após a
vitória na eleição.
De acordo com a versão do prefeito, os petistas rejeitaram as pastas oferecidas ao partido. "Hoje,
nossa relação é a pior possível",
afirmou Barreto, que se diz ex-eleitor de Lula, mas que trabalhará para Ciro ou Serra devido às divergências com o PT.
Em outras cidades, a situação é
oposta. O prefeito de Córrego
Danta (MG), Gilmar Sidnei da Silva (PL), se diz engajado na campanha de Lula e só tem elogios aos
petistas. "É um povo honesto,
bom de mexer esse do PT."
Para o prefeito de Sacramento
(MG), Nobuhiro Karashima (PT),
a convivência com o PL no governo é tranquila porque não há
"conflito ideológico". "A questão
ideológica só é importante no
PT", disse.
Apesar disso, PT e PL estiveram
longe de ser aliados preferenciais
nas prefeituras conquistadas pelos dois partidos na eleição de
2000 (187 pelo PT e 234 pelo PL).
Segundo levantamento da
Agência Folha nos TREs, no caso
do PT, os aliados preferenciais foram PSB (60 coligações), PDT
(54) e PC do B (48). O PL se uniu
mais vezes a PFL (84 coligações),
PMDB (80) e PTB (69).
(FS)
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