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Ex-senador diz que não houve veto à sua presença e que não compareceu ao comício por vontade própria
CAMPANHA
Freire veta ACM em palanque de Ciro
LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A PETROLINA (PE)
O presidente nacional do PPS,
senador Roberto Freire (PE), vetou a participação do ex-senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no comício do candidato a
presidente da Frente Trabalhista,
Ciro Gomes (PPS-PTB-PDT), em
Petrolina, anteontem à noite.
Também foi cancelada uma caminhada que Ciro faria em Juazeiro (BA), localizada no outro lado do rio São Francisco.
Freire, que no início resistiu ao
apoio do PFL a Ciro, afirmou que
o veto foi uma resposta à "agressão" de ACM ao PPS da Bahia durante a visita do candidato ao Estado a convite dos pefelistas. Na
oportunidade, o ex-senador disse
que o PPS local chegaria em uma
Kombi ao hotel onde estava Ciro.
"Ele não queira se intrometer
no nosso palanque. É evidente
que seria intromissão. Eu não me
intrometi no [palanque" dele",
disse Freire antes do comício.
O presidente do PPS afirmou
reconhecer que o processo de
adesão de setores do PFL tem importância eleitoral para Ciro, mas
acrescentou que em alguns Estados, como a Bahia, essas adesões
exigem um processo de acomodação política complexo.
"Ele [ACM" tem que saber que
vai apoiar Ciro no seu palanque e
nós, do PPS, vamos apoiá-lo no
nosso", completou.
Ontem, ACM negou o veto.
"Nunca houve veto. Nem eu aceito veto. Não é minha terra, por isso não fui." Segundo ACM, ele
mesmo cancelou a caminhada em
Juazeiro. "Não quis que ele [Ciro"
fosse a Juazeiro para não atrapalhar a festa de Petrolina."
O prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), que organizou o comício para Ciro, disse que foi procurado pelo deputado Jorge Curi (PFL-BA) para fazer
uma carreata em Juazeiro. Mas
eles concluíram que não haveria
tempo, porque Ciro chegaria às
18h, para fazer um comício às 21h.
Ficou acertado, então, que haveria apenas uma caminhada, suspensa depois.
O comício de Petrolina foi uma
festa pluripartidária. No palanque, Coelho pediu votos para Ciro, para candidatos do PPS e para
o governador Jarbas Vasconcelos
(PMDB), que apóia o tucano José
Serra, mas abriu o palanque do
partido no Estado. Compareceram ao evento três prefeitos pertencentes ao PMDB, um filiado ao
PFL e um do PSB.
Ataque
Após o comício, Ciro acusou o
publicitário Duda Mendonça, que
coordena a propaganda do petista
Luiz Inácio Lula da Silva, de ter
tentado montar um ato de entidades do movimento negro contra a
sua candidatura.
A denúncia foi feita a Ciro pelo
líder do Centro de Estudos e Pesquisas Mário Gusmão, de Salvador, Zulu Araújo, 50, um militante do PPS. Ele diz ter sido procurado por assessores do publicitário
interessados em organizar um ato
de repúdio às declarações feitas
por Ciro em palestra na Universidade de Brasília (UnB) ocorrida
na última semana.
Na UnB, Ciro impediu que um
estudante negro usasse o microfone para contestar uma resposta
sua sobre a política de reserva de
cotas em entidades de ensino superior. O candidato argumentou
que ele não poderia usar o microfone apenas porque era negro, já
que nenhuma outra pessoa tivera
essa oportunidade.
Após ouvir a denúncia de Araújo, Ciro atacou o publicitário: "Foi
uma molecagem do Duda Mendonça, tentando instrumentalizar
uma coisa que é muito séria, muito grave, muito respeitável, como
é a questão do negro no Brasil, para fins de futrica eleitoral. Comigo
ele levará na canela".
Duda disse ontem que não conhece representantes do movimento negro da Bahia nem Araújo. "Acho que o candidato Ciro
Gomes, antes de sair por aí agredindo as pessoas, deveria procurar primeiro ter certeza de suas
acusações", afirmou o publicitário por meio de sua assessoria.
Duda disse ainda que tomou conhecimento do caso ocorrido na
UnB pelos jornais.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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