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Corrêa volta a defender direito de
Judiciário criar regras para fundo
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), Maurício Corrêa, voltou a defender ontem no
Rio de Janeiro que o Judiciário
possa estipular as regras do fundo
de pensão que, segundo a reforma
da Previdência, será criado para
complementar a aposentadoria
de seus futuros integrantes.
"Ninguém está pedindo que se
faça um favor. Está na Constituição. O Judiciário é um poder da
República. É preciso parar com a
idéia de tratar o Poder Judiciário
como se fosse um departamento."
Corrêa afirmou ter ficado satisfeito com a aprovação no Congresso do subteto de 90,25% da
remuneração dos ministros do
STF para os desembargadores estaduais, no lugar dos 75% que
constavam da proposta original.
Mas o presidente do STF disse
estar preocupado com a situação
dos futuros juízes. Estes terão direito a uma aposentadoria máxima de R$ 2.400, igual à do INSS,
que poderá ser complementada
caso contribuam para o fundo de
pensão da categoria, a ser criado
por lei complementar.
De acordo com o projeto de reforma aprovado em primeiro turno na Câmara, caberá ao Executivo apresentar o projeto de lei para
a instituição dos fundos, que funcionarão segundo o sistema de
contribuição definida (o beneficiário terá estipulado o valor da
contribuição, mas não o do benefício). Líderes do Judiciário têm
defendido o sistema de benefício
definido -que, na prática, manteria a integralidade do salário
após a aposentadoria.
Corrêa esteve ontem na abertura do 13º Congresso Mundial de
Criminologia, que acontece até
sexta, no Rio. Cerca de 2.000 juízes, procuradores, delegados e estudiosos da América do Norte, da
Europa e da América Latina participam do evento.
O ministro fez a palestra inicial.
No discurso, chamou o sistema
penal brasileiro de "arcaico".
"Chegamos ao século 21 sem que
nenhum país tenha o sistema prisional ideal", declarou.
Mesmo reconhecendo ser uma
questão polêmica, Corrêa disse
defender "em parte" a privatização do sistema prisional. Anteontem, na solenidade de abertura do
Congresso, o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, disse ser
contra a proposta.
Sobre o aumento da violência,
Corrêa defendeu a reformulação
do Código de Processo Penal,
"para impedir os recursos procrastinatórios". Disse ainda que
está em discussão no STF uma
medida para tornar o anti-semitismo "um crime inafiançável e
imprescritível".
(FABIANA CIMIERI)
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