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Sem-terra é "lutador da justiça", diz Rossetto
DA REDAÇÃO
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse
ontem que os sem-terra são "lutadores da justiça". "Os milhares de
trabalhadores e trabalhadoras
sem-terra que estão nas ruas deste
país não são criminosos, são lutadores da justiça, da dignidade e da
democracia", disse o ministro.
Ele e seu colega de ministério
Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, discursaram ontem na faculdade de direito da USP, durante a
cerimônia de comemoração do
centenário do Centro Acadêmico
XI de Agosto.
Antes dos discursos, uma estudante leu uma carta, em nome do
XI de Agosto, com elogios ao MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) e críticas aos
ruralistas e também à Alca (Área
de Livre Comércio das Américas)
e à globalização. Os dois ministros
elogiaram o conteúdo da carta.
Rossetto lamentou a violência
no campo e criticou o fato de que,
segundo ele, "sempre as mortes
são de trabalhadores e trabalhadoras rurais". O ministro é acusado por ruralistas de incentivar as
invasões de imóveis pelos movimentos de sem-terra.
Ressalvando que defende o Estado de Direito, Rossetto afirmou
que "é necessário repensarmos e
construirmos um ordenamento
institucional e jurídico adequado
às urgências sociais".
A reforma agrária foi um tema
recorrente no discurso de Rossetto. De acordo com ele, a reforma
não será obra exclusivamente do
governo federal, mas sim de toda
a sociedade. Ele afirmou que a
idéia conta com "amplo apoio" da
opinião pública e que não é apenas uma política social, mas um
"instrumento de desenvolvimento econômico e social".
Thomaz Bastos, que discursou
após Rossetto, voltou a defender o
controle externo do Judiciário.
Ele disse que o Poder precisa de
um "processo de oxigenação" e
foi aplaudido quando criticou o
fato de o Estado de São Paulo não
ter uma defensoria pública.
Para Bastos, a reforma do Judiciário é "talvez" a mais importante de todas as reformas.
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