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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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Sem-terra é "lutador da justiça", diz Rossetto

DA REDAÇÃO

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse ontem que os sem-terra são "lutadores da justiça". "Os milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem-terra que estão nas ruas deste país não são criminosos, são lutadores da justiça, da dignidade e da democracia", disse o ministro.
Ele e seu colega de ministério Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, discursaram ontem na faculdade de direito da USP, durante a cerimônia de comemoração do centenário do Centro Acadêmico XI de Agosto.
Antes dos discursos, uma estudante leu uma carta, em nome do XI de Agosto, com elogios ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e críticas aos ruralistas e também à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e à globalização. Os dois ministros elogiaram o conteúdo da carta.
Rossetto lamentou a violência no campo e criticou o fato de que, segundo ele, "sempre as mortes são de trabalhadores e trabalhadoras rurais". O ministro é acusado por ruralistas de incentivar as invasões de imóveis pelos movimentos de sem-terra.
Ressalvando que defende o Estado de Direito, Rossetto afirmou que "é necessário repensarmos e construirmos um ordenamento institucional e jurídico adequado às urgências sociais".
A reforma agrária foi um tema recorrente no discurso de Rossetto. De acordo com ele, a reforma não será obra exclusivamente do governo federal, mas sim de toda a sociedade. Ele afirmou que a idéia conta com "amplo apoio" da opinião pública e que não é apenas uma política social, mas um "instrumento de desenvolvimento econômico e social".
Thomaz Bastos, que discursou após Rossetto, voltou a defender o controle externo do Judiciário. Ele disse que o Poder precisa de um "processo de oxigenação" e foi aplaudido quando criticou o fato de o Estado de São Paulo não ter uma defensoria pública.
Para Bastos, a reforma do Judiciário é "talvez" a mais importante de todas as reformas.


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