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Planalto quer limitar discursos de ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Assessores da Presidência da
República estudam uma forma de
limitar o tempo de discurso dos
ministros que participam de cerimônias no Palácio do Planalto
com a presença do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A mesma regra deverá ser utilizada para os convidados que têm
direito ao uso do microfone nessas ocasiões.
A assessoria da Presidência da
República não confirma oficialmente a idéia de "encolher" os
discursos dos ocupantes da Esplanada dos Ministérios, mas a Folha
apurou que a proposta em discussão é limitar o tempo dos discursos a dez minutos.
Ontem, após a cerimônia de
reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, a Folha ouviu em dois momentos diferentes assessores de Lula discutindo o assunto.
Para que a regra seja formalizada, o tema precisa ter o aval do cerimonial do Palácio do Planalto.
Agenda
O problema de os convidados e
os ministros falarem demais é que
as cerimônias se prolongam além
do tempo previsto e causam atrasos na agenda de compromissos
do presidente Lula.
Na última segunda-feira, por
exemplo, durante a cerimônia de
lançamento do Brasil Alfabetizado, o ministro Cristovam Buarque (Educação) discursou durante 40 minutos.
Durante os 20 minutos finais, o
presidente mal disfarçou sua inquietação. Tirou e colocou os
óculos várias vezes -um gesto
característico de quando começa
a se impacientar.
Na mesma ocasião, um dos convidados, o alfabetizador Erivan
Hilário, 19, ainda falou durante
cerca de 15 minutos. Quando chegou a vez de o presidente discursar, ele informou que abriria mão
da sua fala e diria apenas algumas
palavras.
Durante as cerimônias, o presidente Lula, que geralmente está
acompanhado pela mulher, Marisa Letícia, e por mais de um ministro, permanece sentado de
frente para a platéia, enquanto o
orador fala. As cadeiras ficam dispostas umas ao lado das outras.
Anteontem, durante a assinatura do convênio para contratar especialistas para trabalhar no Susp
(Sistema Único de Segurança Pública), o Secretário Nacional de
Segurança Pública, Luiz Eduardo
Soares, falou durante quase 20
minutos. Já o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) fez um
discurso breve.
Ontem, durante a reinstalação
do Conselho Nacional de Ciência
e Tecnologia, o ministro Roberto
Amaral (Ciência e Tecnologia) falou durante 30 minutos.
Nesse período, o presidente Lula tirou e colocou seus óculos duas
vezes e pediu que o chefe do cerimonial, Paulo César Oliveira
Campos, já lhe entregasse a cópia
do discurso que leria depois de
Amaral.
Enquanto Amaral fazia um balanço das ações do seu ministério,
o presidente revisava o discurso
que leria logo em seguida. Quando foi para o púlpito, Lula não leu
seu discurso imediatamente. Falou de improviso, segundo ele
mesmo, "para quebrar o gelo". (GABRIELA ATHIAS)
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