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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Planalto quer limitar discursos de ministros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Assessores da Presidência da República estudam uma forma de limitar o tempo de discurso dos ministros que participam de cerimônias no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A mesma regra deverá ser utilizada para os convidados que têm direito ao uso do microfone nessas ocasiões.
A assessoria da Presidência da República não confirma oficialmente a idéia de "encolher" os discursos dos ocupantes da Esplanada dos Ministérios, mas a Folha apurou que a proposta em discussão é limitar o tempo dos discursos a dez minutos.
Ontem, após a cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, a Folha ouviu em dois momentos diferentes assessores de Lula discutindo o assunto.
Para que a regra seja formalizada, o tema precisa ter o aval do cerimonial do Palácio do Planalto.

Agenda
O problema de os convidados e os ministros falarem demais é que as cerimônias se prolongam além do tempo previsto e causam atrasos na agenda de compromissos do presidente Lula.
Na última segunda-feira, por exemplo, durante a cerimônia de lançamento do Brasil Alfabetizado, o ministro Cristovam Buarque (Educação) discursou durante 40 minutos.
Durante os 20 minutos finais, o presidente mal disfarçou sua inquietação. Tirou e colocou os óculos várias vezes -um gesto característico de quando começa a se impacientar.
Na mesma ocasião, um dos convidados, o alfabetizador Erivan Hilário, 19, ainda falou durante cerca de 15 minutos. Quando chegou a vez de o presidente discursar, ele informou que abriria mão da sua fala e diria apenas algumas palavras.
Durante as cerimônias, o presidente Lula, que geralmente está acompanhado pela mulher, Marisa Letícia, e por mais de um ministro, permanece sentado de frente para a platéia, enquanto o orador fala. As cadeiras ficam dispostas umas ao lado das outras.
Anteontem, durante a assinatura do convênio para contratar especialistas para trabalhar no Susp (Sistema Único de Segurança Pública), o Secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, falou durante quase 20 minutos. Já o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) fez um discurso breve.
Ontem, durante a reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) falou durante 30 minutos.
Nesse período, o presidente Lula tirou e colocou seus óculos duas vezes e pediu que o chefe do cerimonial, Paulo César Oliveira Campos, já lhe entregasse a cópia do discurso que leria depois de Amaral.
Enquanto Amaral fazia um balanço das ações do seu ministério, o presidente revisava o discurso que leria logo em seguida. Quando foi para o púlpito, Lula não leu seu discurso imediatamente. Falou de improviso, segundo ele mesmo, "para quebrar o gelo". (GABRIELA ATHIAS)


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