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PRESENTE DE GREGO
A favor de prisão, irmãs levam carta e "quitutes" à PF
Rogerio Cassemiro/Folha Imagem
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Joana, co-criadora da "Organização Quitutes aos Corruptos" |
MARCOS DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com avental e chapéu de cozinha, as irmãs e estudantes
Joana, 19, e Camila, 22, chegaram à sede da Polícia Federal às
14h20 levando um prato com
quibe, pão sírio, coalhada seca
e uma carta para entregar ao
ex-prefeito Paulo Maluf.
A carta era assinada pela
"Organização Quitutes aos
Corruptos", criada pelas irmãs.
"Desejamos que a sua estadia
seja a mais prolongada possível. Aproveite! Que sua figura
nefasta mantenha-se afastada
do cenário político brasileiro
por longa data", dizia trecho da
carta, que também foi distribuída aos jornalistas.
Depois de tentar por cerca de
20 minutos falar com alguém
da PF, as jovens conseguiram
autorização para deixar na
portaria do prédio a carta e as
iguarias. A polícia informou
que iria entregá-las a Maluf.
"Bolamos essa idéia ontem
[sábado], na hora do almoço,
quando vimos no jornal que
pessoas tinham levado quibe
para Maluf", afirmou Joana,
que, assim como sua irmã, não
quis revelar o nome completo.
"Temos medo do Maluf."
As duas estudantes foram levadas à PF de carro pelos pais,
que deram apoio à iniciativa
das filhas. "Deveriam prender
todos os corruptos, não só Maluf", afirmou o pai, que não
quis revelar o nome.
Camila disse que a família inteira comemorou a prisão. "Ele
sempre se safou, já estava na
hora de ser preso. Mas, infelizmente, com os contatos que
tem, deve sair logo da prisão."
Camila e Joana afirmaram
também que estão decepcionadas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
-elas votaram no petista. Hoje, disseram que não saberiam
em quem votar.
O próximo passo da "Organização Quitutes aos Corruptos", segundo as irmãs, é descobrir o prato predileto de Severino Cavalcanti. "Queremos
fazer uma visita ao presidente
da Câmara, em Brasília."
Suco de manga
A suplente de vereador na
Câmara Municipal de São Paulo Mirian da Conceição (PP),
56, levou chá mate e suco de
manga para entregar ao ex-prefeito Maluf. Nas garrafas,
ela colou os santinhos da campanha dela.
"Isso é uma injustiça. Vejo
gente com dinheiro na cueca
em Brasília. Gosto muito do
doutor Paulo, do fundo meu
coração", afirmou Conceição,
que trabalhou durante 35 anos
com o ex-prefeito.
Hoje ela é diarista de uma
empresa.
Durante o dia, uma professora de escola municipal levou
duas rosas amarelas e fez elogios a Maluf.
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