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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003
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Lula pede que políticos não sejam "pequenos"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia de lançamento do programa de eletrificação rural Luz para Todos, ontem, para mandar um recado aos governadores e candidatos a um cargo de ministro, já visando à reforma que deve ser feita em dezembro. Pediu que os políticos não sejam pequenos. "Nenhum de nós pode ter uma atitude pequena de entender que não pode fazer tal coisa porque vai favorecer tal político ou o governo federal. Não temos o direito de ser pequenos", afirmou. Na platéia estavam 21 governadores. Parte veio a Brasília para negociar mudanças nas reformas da Previdência e tributária. De acordo com o projeto, só em 2008 será alcançada a universalização da energia elétrica no campo. "A proposta não é para este governo e não só para vocês [governadores]. Nosso mandato começou junto e vai terminar junto. E não sabemos quem continua e quem não continua." Além da eletrificação rural, feita em parceria com os Estados, o governo lançou no mês passado o Bolsa-Família, que unificou quatro programas sociais, mas ainda aguarda pela adesão dos Estados. "Não temos que pensar em nós nem nas próximas eleições." No caso do Luz para Todos, Lula disse que prioriza a "próxima geração do campo brasileiro". Aos candidatos a um cargo de ministro, deixou bem claro o que espera do primeiro escalão: rapidez e autonomia financeira. "No Brasil, nós temos falta de muita coisa: de dinheiro, de infra-estrutura, mas o que não pode ter em nenhum político é a falta de vontade e de disposição política de fazer as coisas", disse, voltando a agradecer à ministra Dilma Rousseff (Energia), que apresentou o programa com rapidez, na avaliação do Planalto, e encontrou dinheiro para financiá-lo. "Você foi encontrar dinheiro, que eu nem sabia que tinha, e me disse: "Nós temos o dinheiro e vamos gastá-lo levando luz na casa de quem não tem luz'", disse Lula. Falando de improviso, Lula, que há duas semanas chamou seus antecessores de covardes, disse que, apesar de a eletrificação rural no Brasil não ter avançado, isso não pode ser creditado na conta dos governadores. "Não é má vontade pessoal de ninguém e muito menos de algum governador, porque há lugares em que a eletrificação rural é mais barata do que em outros." Citou Novo Santo Antônio (PI), onde a cobertura de energia elétrica serve a apenas 8% da população: "É bem possível que tenha gente que casou sem ver a cara da mulher". (GABRIELA ATHIAS) Texto Anterior: Contra o relógio: Governo cede a Estados para acelerar reformas no Senado Próximo Texto: PSDB decide apoiar a emenda da Previdência Índice |
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