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AULA DE PROTESTO
Bancada petista diz que proposta orçamentária reduz recursos destinados ao setor em 2004
Deputados pedem verbas para educação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados ligados à educação
fizeram um protesto ontem na
Câmara para reivindicar mais
recursos para a área no Orçamento de 2004. A proposta orçamentária prevê o gasto de R$
15,36 bilhões em educação, o que
representa uma redução em termos reais de 13,4% em relação a
este ano, segundo cálculos de
deputados petistas.
"Em termos nominais, é 8,1%
superior ao do ano anterior
[2003]. No entanto, se considerarmos a inflação calculada pelo
IGP-DI [FGV] para os últimos
12 meses, que é de 21,5%, há uma
redução de recursos em termos
reais de 13,4%", afirma uma nota redigida pelo núcleo de educação da bancada do PT.
Cerca de 20 parlamentares fizeram uma aula pública no hall
da Câmara entre o corredor das
comissões e o plenário. Eles expuseram a situação da educação.
Depois do ato, marcharam até
o plenário, com barretes (chapéus quadrangulares usados por
formandos) e uma faixa com o
dizer "superávit primário não rima com educação". No caminho, encontraram o relator do
Orçamento, deputado Jorge Bittar (PT-RJ).
Uma das propostas é excluir a
educação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), mecanismo que permite ao governo gastar livremente 20% de
suas receitas, sem vincular esses
recursos a gastos obrigatórios
previstos em lei.
"Queremos reduzir a meta de
superávit [economia de gastos
para o pagamento de juros] para
investir em educação", disse
Chico Alencar (PT-RJ).
O deputado Paulo Rubem
(PT-PE) reivindicou mais recursos também para cultura: "O orçamento para cultura não chega
a 1% do Tesouro, o que dá cerca
de R$ 760 milhões. Dá uns R$ 26
mil para cada Estado por mês.
Com isso não dá nem para recuperar as calçadas de Olinda".
O presidente da Comissão de
Educação, deputado Gastão
Vieira (PMDB-MA), aproveitou
para criticar o veto presidencial
à aplicação de recursos do Fundef (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização
do Magistério) na educação especial. "É uma falta da mais absoluta sensibilidade com as camadas mais desprotegidas da
população. É permitir que a educação especial seja feita apenas
pela força de vontade de pessoas
da sociedade, porque o poder
público é ausente", disse Vieira.
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