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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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REFORMA MINISTERIAL

Ministro defende nomeação de Eunício e Garibaldi

Dirceu já sugere nomes a Lula para acomodar PMDB

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Dirceu (Casa Civil) tem defendido nas conversas reservadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre reforma ministerial a nomeação dos peemedebistas Eunício Oliveira (CE) para a pasta das Comunicações e Garibaldi Alves (RN) para a das Cidades.
Segundo um auxiliar do presidente, Eunício, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, e Garibaldi, senador, são os nomes "mais fortes no coração de Lula". O fato de ambos serem do Nordeste atrapalha, mas não impossibilita a nomeação. Lula, porém, ainda não bateu o martelo.
Eunício é hoje o peemedebista mais elogiado por Lula. Garibaldi e Lula se aproximaram no governo FHC, por intermédio de Duda Mendonça, publicitário do petista, quando Garibaldi era governador do Rio Grande do Norte.
A eventual ida de Eunício para as Comunicações pode resultar no deslocamento do titular da pasta, Miro Teixeira, para o Ministério de Ciência e Tecnologia, hoje ocupado por Roberto Amaral, do PSB. Nesse caso, Miro se filiaria a outro partido, como o PSB. Outra hipótese: voltar ao mandato de deputado federal, caso insista em ficar no PDT.
A saída de Olívio Dutra do Ministério das Cidades dependerá de o presidente superar sua dificuldade para tirar amigos de postos importantes. Lula gosta dele, mas tem intimidade para pedir ao ex-governador gaúcho um sacrifício a fim de abrigar o PMDB.

Eficiência gerencial
Lula tem dito ainda reservadamente que deseja aumentar a "eficiência" do ministério. Há na cúpula do governo o temor de que depois seja tarde demais para tirar executivos ruins do governo. Uma idéia é colocar técnicos de confiança em postos-chave nas pastas em que o Palácio do Planalto avalia que o respectivo ministro não tem perfil gerencial.
Exemplo: o governo deseja criar a pasta da Administração, para cuidar de reformas do funcionalismo público e do patrimônio da União. A pasta poderia ser chefiada por um político ou um ministro deslocado de outro posto. No entanto, o secretário-executivo teria perfil semelhante ao de Míriam Belchior, assessora especial de Lula que faz avaliações de todo o ministério. Lula elogia Belchior.
Também seriam reforçadas pastas de membros de partidos aliados que não têm mostrado eficiência administrativa. Lula contemplaria o critério político e teria no segundo escalão pessoas com capacidade gerencial.
Segundo a Folha apurou, o presidente avalia que áreas de seu governo não têm funcionado. Algumas delas são ocupadas por pessoas indicadas pelos partidos aliados, como Transportes, Esportes e Ciência e Tecnologia. Outras são dirigidas por petistas, como Cidades e Assistência Social.
Dirceu disse a dois líderes partidários que espera que Lula tome todas as decisões sobre a reforma ministerial até 15 de dezembro.


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