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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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"A podridão atinge tudo"

DA REPORTAGEM LOCAL

"A podridão atinge tudo. [Polícias] civil, militar, federal, Judiciário." A definição do suposto esquema de venda de sentenças judiciais e proteção policial a criminosos é dada, segundo a Procuradoria da República, por um dos acusados, o delegado da Polícia Federal José Augusto Bellini, preso durante a Operação Anaconda.
Nos trechos das escutas telefônicas, divulgados ontem pelo "Jornal Nacional", o delegado falaria com a mulher dele e com outros policiais. Em uma das escutas, segundo denúncia da Procuradoria da República, Bellini conversava com a mulher sobre uma maneira de chantagear Norma Regina Emílio Cunha, ex-mulher do juiz João Carlos da Rocha Mattos. Ela tinha feito uma representação contra o delegado porque ele teria ameaçado seu filho.
A idéia era dizer que a Polícia Federal poderia descobrir uma conta em Genebra, que está em nome de Norma Cunha.
Mas em outro trecho, também divulgado pelo "Jornal Nacional", Bellini teria falado a outro policial que poderia mandar bater na ex-mulher do juiz. "Eu não bato boca. Eu simplesmente mando bater. Ela nem vai saber por que apanhou. Quem bateu."
Bellini também teria dito, em outro grampo, que seria convocado pela CPI da Pirataria por causa do empresário Law Kin Chong.
A Folha não conseguiu contato com o advogado de Bellini. A assessoria da PF de São Paulo informou que conversou com os advogados dos presos, incluindo o de Bellini, e que eles informaram que não queriam que seus contatos fossem repassados aos repórteres.


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