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"A podridão atinge tudo"
DA REPORTAGEM LOCAL
"A podridão atinge tudo. [Polícias] civil, militar, federal, Judiciário." A definição do suposto esquema de venda de sentenças judiciais e proteção policial a criminosos é dada, segundo a Procuradoria da República, por um dos
acusados, o delegado da Polícia
Federal José Augusto Bellini, preso durante a Operação Anaconda.
Nos trechos das escutas telefônicas, divulgados ontem pelo
"Jornal Nacional", o delegado falaria com a mulher dele e com outros policiais. Em uma das escutas, segundo denúncia da Procuradoria da República, Bellini conversava com a mulher sobre uma
maneira de chantagear Norma
Regina Emílio Cunha, ex-mulher
do juiz João Carlos da Rocha Mattos. Ela tinha feito uma representação contra o delegado porque
ele teria ameaçado seu filho.
A idéia era dizer que a Polícia
Federal poderia descobrir uma
conta em Genebra, que está em
nome de Norma Cunha.
Mas em outro trecho, também
divulgado pelo "Jornal Nacional",
Bellini teria falado a outro policial
que poderia mandar bater na ex-mulher do juiz. "Eu não bato boca. Eu simplesmente mando bater. Ela nem vai saber por que
apanhou. Quem bateu."
Bellini também teria dito, em
outro grampo, que seria convocado pela CPI da Pirataria por causa
do empresário Law Kin Chong.
A Folha não conseguiu contato
com o advogado de Bellini. A assessoria da PF de São Paulo informou que conversou com os advogados dos presos, incluindo o de
Bellini, e que eles informaram que
não queriam que seus contatos
fossem repassados aos repórteres.
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