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Oposição pede devassa sobre "laranja" do PT
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PFL e PSDB vão cobrar da Receita Federal e do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) uma investigação mais aprofundada sobre o pagamento de R$ 795,7 mil da campanha do então candidato Luiz
Inácio Lula da Silva em 2002 a
uma empresa laranja.
O deputado Antonio Carlos
Magalhães Neto (PFL-BA) quer
que a Receita destrinche as contas
do PT. "Precisamos provocar a
Receita Federal. É preciso investigação mais forte", disse.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), acha que o
caso é mais um motivo para o TSE
cassar o registro do PT.
"Esses problemas nas contas do
PT têm sido recorrentes. O que
me chama a atenção é a inércia do
TSE. Até agora, eu não tenho notícia de uma auditoria sobre as contas do partido", disse o tucano.
Goldman também questiona a
falta de atuação do Ministério Público eleitoral nas apurações dos
diversos problemas na prestação
de contas do PT, sobretudo ao já
confesso uso de caixa dois.
A Folha revelou ontem que a
empresa Santorine Comercial e
Distribuidora Ltda recebeu R$
795,7 mil para produzir faixas e
bandeirinhas para a campanha de
Lula à Presidência, em 2002.
Ocorre que a empresa foi registrada como atacadista de alimentos e
bebidas. Criada em 2000, a Santorine encerrou suas atividades em
2003, quatro meses depois da
campanha. Além disso, as três
mulheres que aparecem registradas como sócias da Santorine disseram à Folha que nunca tiveram
participação na empresa.
O relator da CPI dos Correios,
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), afirmou que a comissão poderá investigar a origem do dinheiro que pagou R$
795,7 mil à empresa. "Podemos
fazer uma reflexão nesse sentido",
disse: "O PT precisa provar que
esse material [faixas e bandeirinhas] foi de fato produzido". Porém o deputado Eduardo Paes
(RJ) prefere que o assunto fique
fora da CPI. "Essa CPI não foi
criada para investigar caixa dois
ou problemas em contas de campanha", disse. "Nosso foco tem de
ser sobre corrupção do governo".
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