São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

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Oposição pede devassa sobre "laranja" do PT

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PFL e PSDB vão cobrar da Receita Federal e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma investigação mais aprofundada sobre o pagamento de R$ 795,7 mil da campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 a uma empresa laranja.
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) quer que a Receita destrinche as contas do PT. "Precisamos provocar a Receita Federal. É preciso investigação mais forte", disse.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), acha que o caso é mais um motivo para o TSE cassar o registro do PT.
"Esses problemas nas contas do PT têm sido recorrentes. O que me chama a atenção é a inércia do TSE. Até agora, eu não tenho notícia de uma auditoria sobre as contas do partido", disse o tucano.
Goldman também questiona a falta de atuação do Ministério Público eleitoral nas apurações dos diversos problemas na prestação de contas do PT, sobretudo ao já confesso uso de caixa dois.
A Folha revelou ontem que a empresa Santorine Comercial e Distribuidora Ltda recebeu R$ 795,7 mil para produzir faixas e bandeirinhas para a campanha de Lula à Presidência, em 2002. Ocorre que a empresa foi registrada como atacadista de alimentos e bebidas. Criada em 2000, a Santorine encerrou suas atividades em 2003, quatro meses depois da campanha. Além disso, as três mulheres que aparecem registradas como sócias da Santorine disseram à Folha que nunca tiveram participação na empresa.
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que a comissão poderá investigar a origem do dinheiro que pagou R$ 795,7 mil à empresa. "Podemos fazer uma reflexão nesse sentido", disse: "O PT precisa provar que esse material [faixas e bandeirinhas] foi de fato produzido". Porém o deputado Eduardo Paes (RJ) prefere que o assunto fique fora da CPI. "Essa CPI não foi criada para investigar caixa dois ou problemas em contas de campanha", disse. "Nosso foco tem de ser sobre corrupção do governo".


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