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DOCE PROTESTO
Agredido anteontem em Fortaleza, ministro diz que ato foi isolado e satiriza PDT, que move campanha contra ele
Berzoini exige punição por torta no rosto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Atingido anteontem em Fortaleza (CE) por uma torta no rosto,
o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho) pediu ontem o fim da impunidade para esse tipo de agressão e ainda satirizou o atual quadro nacional do PDT -partido
que promove na mídia uma campanha particularizada contra ele.
Para o ministro do Trabalho, a
agressão de anteontem tratou-se
de um fato "isolado", porém "inaceitável" e "desqualificado".
"Eu acho que as pessoas devem
ser responsabilizadas pelos seus
atos. Como toda a agressão, obviamente, deve ser tratada como
agressão", afirmou ontem, no Palácio do Planalto, após cerimônia
com funcionários públicos, da
qual participou também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia seguinte à agressão, Berzoini disse ainda que não gostaria
de "dar uma dimensão de relevância ao fato".
A agressão contra Berzoini foi
protagonizada por uma ativista
de um grupo intitulado de Crítica
Radical. O ministro disse que apenas gostaria de enfatizar as manifestações que afirma ter recebido
por "uma série de ministros, pelo
presidente da República e por várias pessoas de entidades civis".
Cumprimentos
Após o evento, o ministro foi
cumprimentado por vários servidores. "Isso é importante."
Sobre o PDT, ex-aliado do governo Lula presidido por Leonel
Brizola, o ministro disse que as
"urnas" darão a resposta ao partido -que tem repetido em inserções na TV o fato de Berzoini, então na Previdência, ter solicitado
o recadastramento de aposentados acima de 90 anos de idade.
"Eu acho que o povo julga nas
urnas." Leia a seguir os principais
trechos da entrevista concedida
aos jornalistas durante a cerimônia.
(EDS E LC)
Pergunta - Como o sr. reagiu à
manifestação em Fortaleza, na
qual recebeu uma torta no rosto?
Ricardo Berzoini - Com tranqüilidade. Sabemos, infelizmente,
que pessoas isoladas, que não têm
representatividade, cometem esse
tipo de desatino de vez em quando. Mas, ao mesmo tempo, com a
postura de dizer que foi um ato
inaceitável, uma vez que é praticado de maneira completamente
despolitizada, atacando um representante do governo federal de
maneira desqualificada (...).
Esse tipo de procedimento [a
agressão] não é mais aceitável numa democracia.
Pergunta - O que motivou esse
ato contra o senhor?
Berzoini - A pessoa que me atingiu é que deve responder a essa
pergunta. Não há nenhum motivo. Eu fui ao Ceará para inaugurar
um projeto que tem o apoio de toda a sociedade cearense, que é o
projeto do Primeiro Emprego.
Isso é mais importante do que
esse fato [a agressão contra ele].
Pergunta - O sr. acha que a falta
de punição a esse tipo de agressão
acaba servindo como estímulo?
Berzoini - Eu acho que as pessoas devem ser responsabilizadas
pelos seus atos, como toda a
agressão, obviamente, deve ser
tratada como agressão.
Pergunta - E sobre a campanha
que o PDT move contra o sr. pela
mídia? O sr. teme por seu futuro
político?
Berzoini - Eu acho que o povo
julga nas urnas. E essa resposta
tem sido dada a esse partido [o
PDT] de maneira significativa nas
últimas eleições.
É só verificar o quadro de deputados eleitos por esse partido [21
deputados federais, em 2002, contra 90 do PT].
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