São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

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DOCE PROTESTO

Agredido anteontem em Fortaleza, ministro diz que ato foi isolado e satiriza PDT, que move campanha contra ele

Berzoini exige punição por torta no rosto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Atingido anteontem em Fortaleza (CE) por uma torta no rosto, o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho) pediu ontem o fim da impunidade para esse tipo de agressão e ainda satirizou o atual quadro nacional do PDT -partido que promove na mídia uma campanha particularizada contra ele.
Para o ministro do Trabalho, a agressão de anteontem tratou-se de um fato "isolado", porém "inaceitável" e "desqualificado".
"Eu acho que as pessoas devem ser responsabilizadas pelos seus atos. Como toda a agressão, obviamente, deve ser tratada como agressão", afirmou ontem, no Palácio do Planalto, após cerimônia com funcionários públicos, da qual participou também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia seguinte à agressão, Berzoini disse ainda que não gostaria de "dar uma dimensão de relevância ao fato".
A agressão contra Berzoini foi protagonizada por uma ativista de um grupo intitulado de Crítica Radical. O ministro disse que apenas gostaria de enfatizar as manifestações que afirma ter recebido por "uma série de ministros, pelo presidente da República e por várias pessoas de entidades civis".

Cumprimentos
Após o evento, o ministro foi cumprimentado por vários servidores. "Isso é importante."
Sobre o PDT, ex-aliado do governo Lula presidido por Leonel Brizola, o ministro disse que as "urnas" darão a resposta ao partido -que tem repetido em inserções na TV o fato de Berzoini, então na Previdência, ter solicitado o recadastramento de aposentados acima de 90 anos de idade.
"Eu acho que o povo julga nas urnas." Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida aos jornalistas durante a cerimônia. (EDS E LC)
 

Pergunta - Como o sr. reagiu à manifestação em Fortaleza, na qual recebeu uma torta no rosto?
Ricardo Berzoini -
Com tranqüilidade. Sabemos, infelizmente, que pessoas isoladas, que não têm representatividade, cometem esse tipo de desatino de vez em quando. Mas, ao mesmo tempo, com a postura de dizer que foi um ato inaceitável, uma vez que é praticado de maneira completamente despolitizada, atacando um representante do governo federal de maneira desqualificada (...).
Esse tipo de procedimento [a agressão] não é mais aceitável numa democracia.

Pergunta - O que motivou esse ato contra o senhor?
Berzoini -
A pessoa que me atingiu é que deve responder a essa pergunta. Não há nenhum motivo. Eu fui ao Ceará para inaugurar um projeto que tem o apoio de toda a sociedade cearense, que é o projeto do Primeiro Emprego.
Isso é mais importante do que esse fato [a agressão contra ele].

Pergunta - O sr. acha que a falta de punição a esse tipo de agressão acaba servindo como estímulo?
Berzoini -
Eu acho que as pessoas devem ser responsabilizadas pelos seus atos, como toda a agressão, obviamente, deve ser tratada como agressão.

Pergunta - E sobre a campanha que o PDT move contra o sr. pela mídia? O sr. teme por seu futuro político?
Berzoini -
Eu acho que o povo julga nas urnas. E essa resposta tem sido dada a esse partido [o PDT] de maneira significativa nas últimas eleições.
É só verificar o quadro de deputados eleitos por esse partido [21 deputados federais, em 2002, contra 90 do PT].


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