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Presidente Lula
crítica "império"
norte-americano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Eu me esforço para não
parecer antiamericano", declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante jantar com jornalistas em que usou o termo "império"
duas vezes para se referir aos
Estados Unidos.
Segundo Lula, a aproximação com países emergentes
como África do Sul, Índia,
China e Rússia é exatamente
para "impedir o avanço da
geografia imperialista".
A ligação com esses países,
segundo Lula, é uma "questão de pele, de química"
-ou seja, de identificação
de interesses em comum.
Nesse momento, falou que
ninguém quer "império", "a
manutenção de império".
"Ninguém respeita quem
não se respeita", disse Lula,
deixando claro que o objetivo do Brasil é se fortalecer
politicamente no cenário internacional para negociar
em melhores condições com
os países ricos.
Aproveitou para tripudiar
sobre os que o criticaram
por ter visitado a Líbia e se
reunido com o ditador
Muammar Gaddafi.
Hoje, também o premiê
Sílvio Berlusconi (Itália) e o
primeiro-ministro britânico, Tony Blair, estão indo ao
país -que é forte produtor
de petróleo e tem US$ 9 bilhões para investimentos.
O que Lula não disse é que
Blair só deverá se encontrar
com Gaddafi na Líbia porque ele fez um acordo para
desmantelar todo o seu programa de armas nucleares e
normalizar sua relação com
o Ocidente, após dezembro.
Lula foi pródigo em elogios ao ministro Celso Amorim (Relações Exteriores),
que "é um entusiasmado".
Segundo o presidente, Amorim pode estar doente e de
cama, mas, se aparecer algum trabalho, "não pensa
duas vezes e vai".
Quanto aos países vizinhos, Lula disse que "nunca
a América Latina esteve tão
unida" e que é necessário
"defender o Chávez". Referia-se ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticado pelos americanos e cujo mandato pode ser abreviado por um plebiscito.
Segundo Lula, o país está
muito radicalizado e é necessário garantir que, dê no que
dê o plebiscito, haja "equilíbrio": "Senão, vai ser uma
guerra", disse. Lembrou ainda que o seu assessor para
assuntos internacionais,
Marco Aurélio Garcia, está
justamente em Caracas discutindo essa questão.
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