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CARAJÁS
Treze juízes
criminais
recusam caso
da Agência Folha, em Belém
Treze juízes criminais da capital
paraense, convocados pelo TJ
(Tribunal de Justiça) do Pará, recusaram ontem convite para presidir o julgamento dos 150 policiais militares envolvimento no
massacre de Eldorado do Carajás.
O processo está sem juiz responsável há 16 dias, desde que
Ronaldo Valle, que presidiu a primeira sessão do julgamento, pediu afastamento. Depois dele, outros dois juízes, Edinéia Oliveira
Tavares e Cláudio Montalvão, foram convocados, mas desistiram,
alegando questões de foro íntimo.
A assessoria de imprensa do TJ
informou que o presidente do órgão, José Alberto Maia, irá convocar mais dois juízes criminais da
capital, Raimundo Holanda e Eva
Maria do Amaral.
Se a resposta for negativa, serão
convidados os 24 juízes cíveis de
Belém. Caso nenhum aceite, o
presidente do TJ terá de recorrer
aos 115 juízes do interior.
Quando for definido o juiz, o
processo poderá ser retomado. A
defesa do coronel Mario Colares
Pantoja, do major José Maria Oliveira e do capitão Raimundo Almendra Lameira já informou que
vai entrar com recurso contra a
decisão de anteontem do TJ.
Por 2 votos a 1, os desembargadores decidiram anular o resultado da primeira sessão, em que os
três oficiais foram absolvidos.
Eles comandaram a desobstrução da rodovia PA-150, em Eldorado do Carajás, no dia 17 de abril
de 1996, quando 19 sem-terra foram mortos e mais de 60 pessoas
ficaram feridas.
A desembargadora Heralda Ribeiro, relatora do parecer que pedia a anulação, considerou irregular o quesito "insuficiência de
provas" usado pelo juiz Ronaldo
Valle.
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