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Gregori quer indenizar família de sindicalista
da Sucursal de Brasília
O secretário nacional de Direitos
Humanos, José Gregori, sugeriu
ao governador do Pará, Almir Gabriel (PSDB), o pagamento de indenização à família do sindicalista
rural João Canuto, assassinado em
dezembro de 1985.
A indenização da família do sindicalista é uma tentativa de evitar
que o governo brasileiro seja censurado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, organismo da OEA (Organização dos
Estados Americanos).
Na prática, a censura tem apenas
efeito ético e moral. Um informe
seria divulgado para todos os países que participam da organização, com a afirmação de que o governo brasileiro não cumpre os
tratados internacionais sobre direitos humanos.
Denúncia
O caso foi denunciado à Organização dos Estados Americanos em
1994 pela CPT e por duas entidades internacionais de defesa dos
direitos humanos -a Human
Rights Watch Americas e o Centro
pela Justiça e o Direito Internacional.
Para evitar a punição, Gregori,
que aguarda resposta do governador do Pará, vai propor à comissão da OEA uma "solução amistosa" para o caso de João Canuto.
José Gregori
Semelhante solução foi adotada
em relação à chacina de 18 presos
que foram mortos em 89 por asfixia em uma delegacia do Parque
São Lucas (SP).
Sobre os demais assassinados
por conflitos de terra no Pará,
Gregori disse desconhecer a lista
da CPT sobre 673 pessoas mortas
desde 1964.
'Ò Estado deve assumir sua responsabilidade apenas nos casos
em que a ação ou omissão de seus
agentes resultou na morte dessas
pessoas", afirmou Gregori.
Canuto era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Rio Maria (sudeste do Pará). Seus
filhos, Paulo e José Canuto, também foram mortos por pistoleiros
no início da década de 90.
Sua filha, Luzia Canuto, preside
o Comitê Rio Maria, criado após a
morte do sindicalista Expedito Ribeiro de Sousa. O comitê foi criado para apurar assassinatos no
campo.
Ela denunciou à OEA que está
ameaçada de morte. Professora da
prefeitura de Rio Maria, Luzia
afirma que foi transferida para
trabalhar em uma área supostamente controlada por pistoleiros.
(ABNOR GONDIM)
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