São Paulo, terça, 13 de maio de 1997.



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EM ALAGOAS
Encontradas novas manchas de sangue no quarto do empresário
Corpo de namorada de PC é exumado pela segunda vez

ARI CIPOLA
da Agência Folha , em Maceió

Manchas de sangue encontradas no final de semana pela equipe de peritos nomeados para fazer novos laudos sobre as mortes de Paulo César Farias e da namorada dele, Suzana Marcolino, levantam novas suspeitas de que a cena do crime pode ter sido montada.
A Agência Folha apurou que as manchas de sangue foram encontradas no criado-mudo do quarto. Os peritos vasculharam, com o auxílio de lupas, todas as dependências do quarto onde os corpos foram encontrados no dia 23 de junho passado.
O perito Domingos Tochetto, professor de criminalística da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), recolheu amostras do sangue e está enviando o material para exame de DNA.
O exame de DNA vai definir de quem é o sangue encontrado no criado-mudo. O móvel estaria a uma distância que o sangue espirrado por Suzana não o atingiria, na análise preliminar do perito.
Tochetto já solicitou ao juiz do caso, Alberto Jorge Correa, uma nova inspeção na casa para detalhar melhor os novos indícios.
Na versão oficial, preparada pela polícia alagoana e pela equipe do legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), há a localização e descrição de 32 manchas de sangue na cena do crime.
Nenhuma delas está no criado-mudo. O laudo oficial diz ainda que as manchas de sangue encontradas no quarto são todas de Marcolino e que a gordura teria impedido que PC sangrasse antes de ser virado na cama.
A equipe, integrada também pelos legistas Genival Veloso de França e Daniel Romero Munhoz, que pretendia ficar apenas cinco dias em Maceió (AL), também já definiu que precisará mais tempo para concluir o trabalho.
Às 5h da manhã de ontem, o corpo de Marcolino foi exumado pela segunda vez.
Os legistas França e Munhoz tiveram de concentrar suas atenções nas denúncias feitas pelo legista alagoano, de que Marcolino teria sido estrangulada.
Estrangulamento
O suposto estrangulamento de Marcolino só pode ser confirmado com radiografias. Porém, no sábado, quando soube que Marcolino seria exumada, Badan Palhares telefonou para o juiz e informou que o osso hióide estava na Unicamp.
Os peritos pediram o osso, que fica na base da língua. Os sinais de estrangulamento ficam no hióide. Sanguinetti viu apenas imagens de vídeo para afirmar que o osso tinha "sinais de estrangulamento".



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