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Presidente descarta um novo acordo com FMI
DO "FINANCIAL TIMES"
O Brasil conseguirá manter a
estabilidade da economia sem a
necessidade de novo acordo com
o Fundo Monetário Internacional, a despeito da crise de energia
e das eleições presidenciais, disse
o presidente Fernando Henrique
Cardoso ao "Financial Times".
FHC disse que a crise de energia
e a eleição não ameaçam o controle da inflação baixa e o crescimento sustentável: "Não importa
quem venha a ser eleito, o Brasil
tem a capacidade de manter as
conquistas que já realizamos. Essas mudanças são irreversíveis".
O racionamento de energia, a
crise da Argentina e o aumento
das chances de vitória da oposição em 2002 fizeram com que a
moeda brasileira caísse e geraram
temores sobre uma nova fase de
instabilidade econômica no país.
Os investidores instaram o governo a assinar um novo acordo
com o FMI a fim de garantir a
continuidade das políticas adotadas pelo governo: "Se fosse necessário, eu não teria dificuldade em
procurar o FMI, mas no momento isso não é preciso", disse FHC.
Diante das críticas que acusam
o governo pela crise de energia,
FHC culpou o tempo seco, que esvaziou as represas: "A crise atual
não se deve à falta de investimento, mas à falta de chuva".
O racionamento de energia causou queda no índice de aprovação
ao presidente e, somado a diversos escândalos, aumentou as
chances da oposição em 2002.
FHC não considera que exista
um grande risco de mudança de
governo e disse que a oposição,
especialmente o PT, é menos radical do que a imagem que os mercados financeiros fazem dela.
"Nossas diferenças com o PT
são muito mais uma questão de
disputa pelo poder do que de
ideologia." Em teoria, o PSDB
consideraria uma aliança eleitoral
com o PT, mas o PT se opõe a essa
idéia, disse ele. FHC disse que as
relações entre o governo federal e
os Estados governados pelo PT
são boas, e expressou concordância para com muitas das políticas
implementadas pelos governadores petistas. "De qualquer modo,
venceremos a eleição", disse.
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