São Paulo, quarta-feira, 13 de junho de 2001

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Presidente descarta um novo acordo com FMI

DO "FINANCIAL TIMES"

O Brasil conseguirá manter a estabilidade da economia sem a necessidade de novo acordo com o Fundo Monetário Internacional, a despeito da crise de energia e das eleições presidenciais, disse o presidente Fernando Henrique Cardoso ao "Financial Times".
FHC disse que a crise de energia e a eleição não ameaçam o controle da inflação baixa e o crescimento sustentável: "Não importa quem venha a ser eleito, o Brasil tem a capacidade de manter as conquistas que já realizamos. Essas mudanças são irreversíveis".
O racionamento de energia, a crise da Argentina e o aumento das chances de vitória da oposição em 2002 fizeram com que a moeda brasileira caísse e geraram temores sobre uma nova fase de instabilidade econômica no país.
Os investidores instaram o governo a assinar um novo acordo com o FMI a fim de garantir a continuidade das políticas adotadas pelo governo: "Se fosse necessário, eu não teria dificuldade em procurar o FMI, mas no momento isso não é preciso", disse FHC.
Diante das críticas que acusam o governo pela crise de energia, FHC culpou o tempo seco, que esvaziou as represas: "A crise atual não se deve à falta de investimento, mas à falta de chuva".
O racionamento de energia causou queda no índice de aprovação ao presidente e, somado a diversos escândalos, aumentou as chances da oposição em 2002.
FHC não considera que exista um grande risco de mudança de governo e disse que a oposição, especialmente o PT, é menos radical do que a imagem que os mercados financeiros fazem dela.
"Nossas diferenças com o PT são muito mais uma questão de disputa pelo poder do que de ideologia." Em teoria, o PSDB consideraria uma aliança eleitoral com o PT, mas o PT se opõe a essa idéia, disse ele. FHC disse que as relações entre o governo federal e os Estados governados pelo PT são boas, e expressou concordância para com muitas das políticas implementadas pelos governadores petistas. "De qualquer modo, venceremos a eleição", disse.


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