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MARINHA
Comando classifica a situação como preocupante
Novos recrutas devem ser reduzidos em 80% para diminuir custos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de o Exército ter
anunciado medidas para a redução de seus gastos, o Comando da
Marinha divulgou ontem uma
nota informando que deve diminuir em 80% a incorporação de
recrutas prevista para o segundo
semestre deste ano e reduzir um
dia de trabalho por semana como
forma de cortar os gastos.
A Marinha anunciou também
que irá renegociar o pagamento
de contratos, cancelar obras e suspender o pagamento de vale-transporte e o fornecimento de
refeições a partir de agosto.
Na quinta-feira, o Exército também havia divulgado uma nota
anunciando que pretende antecipar para 31 de julho a saída de 44
mil recrutas. Originalmente, eles
deveriam deixar a corporação a
partir de dezembro.
No final de junho, o Exército já
havia adiado por 60 dias a incorporação de um novo grupamento
como forma de reduzir custos.
No texto divulgado ontem, a
Marinha afirma que 41,2% do total de seus recursos previstos na
Lei Orçamentária foram cortados. O texto classifica a situação
como preocupante, pois "aprofunda ainda mais a continuada
escassez de recursos orçamentários que atinge a Marinha nos últimos anos".
Segundo a Folha apurou, estava
prevista para este ano a liberação
de R$ 1,06 bilhão para a Marinha,
sendo que foram cortados R$ 436
milhões.
Para o Ministério da Defesa, que
compreende Exército, Marinha e
Aeronáutica, estava prevista para
2002 a liberação de R$ 5,224 bilhões, sendo que foram cortados
R$ 2,175 bilhões.
Além da redução do Orçamento, o Ministério da Defesa sofreu
em maio um bloqueio de parte de
seus recursos por conta da possível não-aprovação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira) pelo
Congresso.
Segundo o Ministério do Planejamento, o bloqueio na pasta da
Defesa foi de R$ 937 milhões, sendo que R$ 204 milhões já foram liberados. O restante -R$ 733 milhões- deve ser reposto nos próximos meses, porém o ministério
informou que não há a garantia
de que este valor será integralmente pago, nem há um cronograma de liberação dos recursos.
O ministro da Defesa, Geraldo
Quintão, disse por meio de sua assessoria que "há a expectativa de
liberação de um limite financeiro
de até R$ 300 milhões".
O porta-voz da Presidência,
Alexandre Parola, afirmou ontem
que o ministro Pedro Malan (Fazenda) e o secretário-executivo
do ministério, Amaury Bier, tiveram uma reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso ontem pela manhã para discutir a liberação dos recursos para as
Forças Armadas como forma de
evitar as medidas anunciadas. O
porta-voz não citou valores.
O presidente da Comissão de
Defesa Nacional da Câmara, Aldo
Rebelo (PC do B-SP), disse que
vai convidar os ministros da Fazenda e do Planejamento, Guilherme Dias, para explicar os cortes nas Forças Armadas.
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