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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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OUTRO LADO

Jungmann diz não conhecer a fundo o estudo

DO PAINEL

O ex-ministro responsável pelo programa de reforma agrária do governo federal na maior parte do período abrangido pela pesquisa "A Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária Brasileira" (1995-2001) e atual deputado federal Raul Jungmann (PMDB-PE), 51, disse que não estudou com profundidade todos os resultados da pesquisa e, por isso, seus comentários estavam prejudicados.
"Eu não vou polemizar com o estudo sem lê-lo, porque aí seria efetivamente um absurdo e é preciso ter uma responsabilidade nessas coisas", comentou o deputado.
Jungmann foi ministro Extraordinário de Política Fundiária entre 1996 e 1999 e ministro do Desenvolvimento Agrário (novo nome do mesmo cargo) entre 1999 e abril de 2002, além de acumular a presidência do Incra entre 1996 e 1999.
O deputado disse saber que o estudo foi feito "a pedido do [ex-ministro] José Abrão", seu ex-secretário-executivo no ministério, que teria "pego aí um cara muito bom para fazer isso", o pesquisador Gerd Spavorek.
"A conclusão final dele eu teria que dar uma olhada e procurar entender o período que ele abarcou", disse o ex-ministro.
Jungmann disse que chegou a ver o estudo, mas só para uma análise superficial. "Na "diagonalizada" [olhada] que eu dei, eu fiquei em dúvida se ele cobre todo o período [do governo Fernando Henrique Cardoso]".
Ao ser informado de que o estudo vai de 1995 a 2001, o ex-ministro comentou: "Ah, bom, então ele não inclui 2002". Jungmann continuou: "Se você chega, se eu não me engano novamente, me corrija se eu estiver errado, a 2001 com 500 mil assentamentos e mais alguma coisa, vamos supor que se tenham feito 90 mil, cem mil famílias [em 2002], então a diferença, se você me permite dizer, é uma diferença que você deve buscar não existir".
A pesquisa apontou 328.825 famílias até 2001.
Apesar dos comentários, o deputado federal disse não estar em condições de "bater o martelo" sobre os números: "Tenho de pegar a estatística oficial, estou praticamente um ano e meio afastado [dos assuntos do ministério]". (FABIO SCHIVARTCHE)


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