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Líder
pregava
posse de
terra "na
marra"
da Redação
Francisco Julião foi o fundador e principal líder das Ligas
Camponesas do Nordeste. O
movimento, iniciado em 1955,
pregava a posse da terra "na lei
ou na marra", defendia a reforma agrária e chegou a patrocinar algumas invasões de propriedades rurais.
Julião foi eleito deputado federal em 1962, mas teve seu mandato cassado em 1964, com o
início do regime militar, acusado de disseminar ideais comunistas e ser agitador político no
Nordeste.
Após a cassação de seu mandato, Julião foi preso, ficando
quase um ano e meio na prisão.
Conseguiu um habeas corpus, e
se exilou no México, onde permaneceu por 14 anos.
Em 1979, com o fim do regime
militar e o processo de abertura
política, voltou ao país e acabou
adotando uma postura política
mais branda.
Chegou a se aliar aos usineiros, seus inimigos na década de
60, firmando um pacto em que
eles dariam 10% de suas terras
para os trabalhadores rurais,
que ficou conhecido como
"Pacto da Galiléia".
Apoiou o candidato derrotado José Múcio, contra o Miguel
Arraes, representante da esquerda, para as eleições estaduais pernambucanas de 1986.
Julião, ao comparar as Ligas
Camponesas com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), dizia serem
completamente diferentes.
Para ele, a situação dos camponeses nordestinos nas décadas de 50 e 60 era "pré-feudal", e
as Ligas Camponesas faziam
um "trabalho de conscientização", o que não é o objetivo
principal, segundo ele, do MST.
Em 1988, se candidatou à
constituinte, mas não foi eleito.
Em 1996, Julião voltou ao México, onde vivia.
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