São Paulo, Terça-feira, 13 de Julho de 1999
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CONTAS PÚBLICAS
Prefeito quer que empresas de propriedade do município entrem em renegociação das dívidas
Pitta vai a FHC tentar rolar R$ 8,45 bi

da Sucursal de Brasília

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta (sem partido), foi ontem a Brasília para tentar renegociar a dívida do município, estimada em R$ 8,45 bilhões. Foi recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que não se pronunciou sobre a rolagem.
Já Pitta disse ter recebido do Tesouro uma minuta (esboço) do contrato de renegociação da dívida. O prefeito, antes de se encontrar com FHC, esteve com o secretário do Tesouro, Fábio Barbosa, e com o presidente do Banco do Brasil, Andrea Calabi.
A dívida, diz Pitta, poderá ser parcelada por até 30 anos com juros entre 6% e 9% ao ano mais correção pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas.
Segundo o prefeito, empresas paulistanas que serão privatizadas poderão entrar na negociação da dívida com o governo federal.
Pitta afirmou que quer pagar juros menores. Segundo ele, isso será possível porque São Paulo dará como garantia da renegociação as ações das empresas que serão privatizadas e a concessão do sistema de água no município.
As seguintes empresas serão oferecidas como garantia, segundo o prefeito: Autódromo de Interlagos, Estádio do Pacaembu e Anhembi Turismo. No caso da concessão da exploração de água, hoje nas mãos da Sabesp (uma empresa estadual), a idéia do governo é retomar a concessão para inclui-la na negociação com o Tesouro Nacional.
Pitta afirmou que o contrato deverá ser assinado antes de 31 de agosto, prazo final para que as dívidas dos municípios sejam renegociadas.
A maior parte do débito (R$ 8,2 bilhões) da prefeitura é dívida mobiliária (em títulos).
Desse total, disse o prefeito, cerca de R$ 6 bilhões são dívidas com origem da emissão de títulos para pagar dívidas judiciais, os precatórios -quase todos nas mãos do Banco do Brasil. Esses papéis foram assumidos pelo Tesouro, em decisão aprovada pelo Senado após pressão da bancada governista, que alegava risco de quebra do BB.
Outros R$ 2,1 bilhões são títulos em poder do Banespa.


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