São Paulo, Terça-feira, 13 de Julho de 1999
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NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Segundo a CBN e outros, não foi nem o governador da Bahia, mas o próprio ACM quem atacou Mário Covas com adjetivos que mais pareciam de campanha:
- Provinciano!
Ou então:
- Preconceituoso!
O governador baiano foi além, obviamente como um dos porta-vozes de ACM, nos telejornais:
- Todo o Brasil trabalhou para o desenvolvimento de São Paulo. Agora, quando se fala em beneficiar o Nordeste, nós esperávamos uma posição de estadista. Ele teve uma posição muito provinciana.
Não é bom ser chamado de antinordestino, até mesmo de explorador do resto do Brasil, coisas próximas, quando se é candidato a presidente, ainda que em data distante.
E Covas tratou de dizer que não é bem assim, que ACM e porta-vozes querem confundir e desviar o debate:
- Essa coisa está tomando um rumo que é disparatado. Ninguém é contra ir fábrica para a Bahia. O que eu acho absurdo é o governo federal dar favores fiscais.
Do mesmo Covas, mas mais conciso, na Record:
- Não dá para fazer para um Estado o que você não faz para os outros...
Ele estava tentando dizer que a névoa dos porta-vozes, na TV e fora dela, esconde que ACM, ele sim, explora o resto do país no caso Ford.
Mas ele já estava na defesa, o governador de São Paulo.

Tanto estava, que o mote de ACM pegou.
Mário Covas também atacou o ministro Renan Calheiros, do PMDB. E o ministro seguiu a retórica baiana, segundo Boris Casoy, para a sua resposta ao governador:
- Mário Covas deveria se preocupar com o Estado de São Paulo...
E assim vai se confirmando uma crise que não é federativa, mas de provincianos.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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