DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Romano, professor de Filosofia Política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia que Luiz Inácio Lula da Silva comportou-se como "um estadista em potencial" na sabatina da Folha.
Esse comportamento, diz, fica patente na busca de diálogo que o candidato está fazendo. "Isso é importante numa sociedade oligárquica que consegue estabelecer vetos à Presidência. Se o PT não mantiver essa linha, terá vida curta no poder."
O ponto alto do debate, para Romano, foi a proposta de Lula para a questão educacional, de não cobrar mensalidade nas universidades públicas, mas fornecer financiamento aos mais pobres.
Lula também mostrou na sabatina que, diferentemente dos outros candidatos, não tem uma visão imperial da Presidência. "O Lula aprendeu muito com os erros de Sarney, Itamar e Collor. Ele tem uma visão negociadora da Presidência."
Romano criticou o uso frequente que o candidato faz de sua história pessoal. "Não interessa ao eleitor saber do histórico de privações de Lula. Isso soa a apelo sentimental, lembra o Collor pedindo que não o deixassem só. O Lula é o que é não porque foi um menino pobre."


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