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OPERAÇÃO SOCIAL
Novo modelo federal de transferência de renda atenderá, no início, à metade das famílias cadastradas
Governo define unificação de programas
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A unificação dos programas sociais do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva vai beneficiar 4 milhões de famílias -pouco mais
da metade dos 7,3 milhões de famílias pobres cadastradas até o
dia 21 de julho pela CEF (Caixa
Econômica Federal).
As famílias incluídas na unificação terão o valor do benefício elevado. As que ficarem fora continuarão recebendo o valor atual.
Nessa primeira fase, a unificação só atenderá a famílias com
renda mensal per capita de até R$
50. O formato final do programa
foi decidido no fim de semana
passado pelo próprio Lula.
Hoje, os dois maiores programas de transferência de renda
-o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação, criados por Fernando
Henrique Cardoso- atendem a
famílias com renda per capita de
até meio salário mínimo (R$ 120).
As primeiras famílias deverão
começar a receber o dinheiro em
outubro. O lançamento, que será
feito por Lula, ainda não tem data
marcada. O nome do novo programa está sendo criado pelo publicitário Duda Mendonça.
No entanto, no primeiro momento, os nomes dos programas
antigos não vão desaparecer.
Só os mais pobres
Sem dinheiro suficiente para
atender a todas as cadastradas, o
governo optou pelos mais pobres
entre os pobres. Até o fim do ano,
4 milhões de famílias serão beneficiadas. Quem não está entre elas
será incluído em 2004.
Os escolhidos receberão entre
R$ 50 e R$ 95, dependendo do
perfil da família, como número de
filhos e a presença de gestantes e
mulheres em fase de amamentação. Os repasses poderão ser de
R$ 50, R$ 65 ou R$ 95.
Exemplo: uma família que hoje
recebe duas Bolsas-Escola (R$ 30
mensais) poderá ter o repasse ampliado para R$ 95 na unificação.
Hoje, a média do repasse desse
programa é de R$ 24 por família.
Estão fora da unificação os 810
mil jovens atendidos pelo Peti
(Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil) e pelo programa Agente Jovem, além de parte
das famílias do Bolsa-Escola. Isso
não quer dizer que vão parar de
receber dinheiro do governo -o
repasse atual vai ser mantido.
O orçamento dos programas de
transferência de renda para este
ano é de cerca de R$ 4,8 bilhões. O
governo espera aumentar esse
montante no orçamento de 2004.
Os ministérios que hoje administram os seis programas (Minas
e Energia, Educação, Saúde, Assistência e Promoção Social e Segurança Alimentar) vão continuar fiscalizando se as famílias estão cumprindo as exigências para
receber dinheiro. No caso do Fome Zero, por exemplo, é preciso
manter os filhos na escola e comprovar a compra de alimentos.
A gerência do programa ficará
nas mãos de Ricardo Henriques
(secretário-executivo do Ministério da Assistência e Promoção Social) e Miriam Belchior (assessora
especial da Presidência).
CEF e Ministério da Saúde ainda disputam quem cuidará da
parte operacional -rodar a folha
de pagamento dos beneficiados.
Quem descumprir as exigências
deixará de receber dinheiro. Ainda não foi fixado o período de tolerância para o descumprimento.
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