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Liberação de verba prioriza Aeronáutica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aeronáutica será o comando
das Forças Armadas que vai receber a maior parte (R$ 101,8 milhões) da verba liberada pelo governo federal para o Ministério da
Defesa (R$ 310 milhões).
Desse total, R$ 60 milhões serão
empregados no sistema de proteção da aviação civil -radares,
controladores de vôo e equipamentos de solo adquiridos nos
anos 70 e que estão sendo substituídos gradativamente.
O corte de R$ 3 bilhões no Orçamento das Forças Armadas neste
ano prejudicou a mudança no sistema, o que causou, em algumas
ocasiões, atrasos em vôos.
Em julho, uma pane no radar
localizado no Espírito Santo atrasou os vôos que saíram do Rio de
Janeiro, de Belo Horizonte e da
capital capixaba em direção a Brasília. O equipamento passava por
manutenção para a colocação de
proteção contra chuva e raios.
O restante da verba da Aeronáutica -R$ 41,8 milhões- será
para alimentação, transporte e
despesas com água, luz e telefone.
Os comandos da Marinha e do
Exército terão R$ 59,8 milhões e
R$ 42 milhões, respectivamente.
A manutenção de tropas no Timor Leste ficará com R$ 6,4 milhões e o Sivam, R$ 100 milhões.
A liberação da verba agradou
aos militares. Porém os comandos ainda consideram que o corte
no Orçamento foi exagerado e
vão trabalhar por mais recursos.
Depois do corte no Orçamento,
as Forças Armadas já tinham recebido outros R$ 302 milhões em
julho. À época, a maior parte
-R$ 152,7 milhões- foi destinada ao Exército, que dispensou recrutas antes do prazo previsto por
falta de recurso. A Marinha recebeu R$ 41 milhões e a administração central, R$ 10 milhões.
A verba foi liberada em um momento de insatisfação. O governo,
segundo a Folha apurou, fez um
esforço para incluir um montante
razoável de recursos para a Defesa
na liberação de ontem, que totalizou R$ 1,535 bilhão.
A operação para desfazer o mal-estar começou nas comemorações do Sete de Setembro, quando
o presidente Fernando Henrique
Cardoso ofereceu um coquetel
aos oficiais militares. Na ocasião,
alguns oficiais já comemoravam a
liberação dos recursos adicionais.
(SANDRO LIMA)
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