São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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Liberação de verba prioriza Aeronáutica

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Aeronáutica será o comando das Forças Armadas que vai receber a maior parte (R$ 101,8 milhões) da verba liberada pelo governo federal para o Ministério da Defesa (R$ 310 milhões).
Desse total, R$ 60 milhões serão empregados no sistema de proteção da aviação civil -radares, controladores de vôo e equipamentos de solo adquiridos nos anos 70 e que estão sendo substituídos gradativamente.
O corte de R$ 3 bilhões no Orçamento das Forças Armadas neste ano prejudicou a mudança no sistema, o que causou, em algumas ocasiões, atrasos em vôos.
Em julho, uma pane no radar localizado no Espírito Santo atrasou os vôos que saíram do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e da capital capixaba em direção a Brasília. O equipamento passava por manutenção para a colocação de proteção contra chuva e raios.
O restante da verba da Aeronáutica -R$ 41,8 milhões- será para alimentação, transporte e despesas com água, luz e telefone.
Os comandos da Marinha e do Exército terão R$ 59,8 milhões e R$ 42 milhões, respectivamente. A manutenção de tropas no Timor Leste ficará com R$ 6,4 milhões e o Sivam, R$ 100 milhões.
A liberação da verba agradou aos militares. Porém os comandos ainda consideram que o corte no Orçamento foi exagerado e vão trabalhar por mais recursos.
Depois do corte no Orçamento, as Forças Armadas já tinham recebido outros R$ 302 milhões em julho. À época, a maior parte -R$ 152,7 milhões- foi destinada ao Exército, que dispensou recrutas antes do prazo previsto por falta de recurso. A Marinha recebeu R$ 41 milhões e a administração central, R$ 10 milhões.
A verba foi liberada em um momento de insatisfação. O governo, segundo a Folha apurou, fez um esforço para incluir um montante razoável de recursos para a Defesa na liberação de ontem, que totalizou R$ 1,535 bilhão.
A operação para desfazer o mal-estar começou nas comemorações do Sete de Setembro, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso ofereceu um coquetel aos oficiais militares. Na ocasião, alguns oficiais já comemoravam a liberação dos recursos adicionais.
(SANDRO LIMA)


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