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JUSTIÇA
Josino Guimarães é um dos acusados pelo juiz encontrado morto no Paraguai
PF quebra sigilo de empresário
ROBERTO SAMORA
da Agência Folha, em Cuiabá
A Justiça Federal acatou ontem
à noite o pedido do Ministério
Público de quebra do sigilo fiscal
do empresário Josino Guimarães,
preso na noite de sexta-feira em
Cuiabá (MT), após a decretação
de sua prisão temporária.
O empresário é um dos acusados pelo juiz Leopoldino Marques do Amaral de intermediar a
negociação de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O juiz foi assassinado com dois
tiros, um na nuca e outro no ouvido esquerdo. Seu corpo foi achado em 7 de setembro em Concepción (Paraguai).
O procurador da República Pedro Taques afirmou que a quebra
do sigilo foi solicitada para que "a
evolução patrimonial do empresário possa ser demonstrada".
Existem suspeitas de que Guimarães, filho do dono da concessionária Rondomac, revendedora
de tratores Massey Ferguson, tenha enriquecido rapidamente a
partir da "venda" de sentenças.
Amaral vinha fazendo acusações contra o TJ (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso. Na CPI do
Judiciário, ele disse que desembargadores praticavam "venda"
de sentenças, nepotismo e contratavam funcionários ilegalmente,
entre outras coisas. Ontem, o presidente do TJ de MT, Wandyr
Clait Duarte, novamente repudiou e negou as acusações.
A Polícia Federal apreendeu diversos documentos na casa do
empresário, em Chapada dos
Guimarães (MT), no fim-de-semana. Esse teria sido o motivo da
solicitação da quebra de sigilo.
O advogado de Guimarães, Zoroastro Teixeira, disse que não há
nenhuma acusação contra seu
cliente e afirmou que hoje vai entrar com um pedido de habeas
corpus para tentar libertá-lo.
A PF está investigando ainda o
destino dos aviões particulares
que decolaram de Cuiabá um dia
após o desaparecimento do juiz
Amaral, segundo o superintendente interino do órgão em MT,
Jorge Luiz Bezerra. Existe a suspeita de que o juiz tenha sido levado para o Paraguai de avião.
O diretor-geral da PF, Agílio
Monteiro Filho, chegou ontem a
Cuiabá. Ele disse que fica na cidade "o tempo que for necessário".
O presidente do Tribunal de
Justiça de MT estará hoje em Brasília para pedir à CPI do Judiciário
que investigue todas as acusações
feitas pelo juiz.
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