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ORÇAMENTO
Governo quer aumentar contribuição caso STF não aprove cobrança integral de ativos e inativos
Militar pode cobrir rombo de R$ 1,3 bi
RUI NOGUEIRA
Secretário de Redação
da Sucursal de Brasília
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
O governo federal pretende
compensar no percentual pago
pelos militares à Previdência o
possível rombo de R$ 1,3 bilhão
que poderá ter nas contas do próximo ano se o STF não aprovar integralmente o aumento da contribuição dos servidores públicos e
inativos da União.
Proposta que já está nas mãos
do presidente Fernando Henrique Cardoso prevê que os militares terão o atual desconto para a
Previdência, de 1,6% sobre a parcela do salário até R$ 1.255,32, elevado para cerca de 9%.
Para os militares que optarem
pelo acesso ao sistema de saúde
exclusivo, será mantido o recolhimento de mais 5% do soldo.
Trata-se da alternativa desenhada pela Casa Civil para conciliar a
preocupação da equipe econômica em fechar as contas fiscais do
ano 2000, conforme o acordo com
o FMI (Fundo Monetário Internacional), com a intenção do Ministério da Defesa de preservar os
rendimentos dos militares.
Embora alivie a queda de braço
entre os ministérios da área econômica e o da Defesa, essa alternativa deverá cobrir apenas parcialmente o rombo no Orçamento de 2000 que surgirá se o Supremo Tribunal Federal não aprovar
na íntegra a proposta de cobrança
previdenciária dos inativos.
A Folha apurou que a equipe
econômica trabalha com a hipótese de o STF não aprovar na íntegra a lei que instituiu o desconto
gradual para a Previdência, de até
25%, no salário dos servidores ativos e inativos. Aplicada desde
maio, a medida foi contestada judicialmente.
O provável, conforme essa avaliação, é que o Supremo aceite o
desconto de apenas 11% para servidores ativos e inativos.
Se confirmada, a decisão deverá
gerar um rombo de R$ 1,3 bilhão
no Orçamento de 2000, tal como
consta da proposta entregue ao
Congresso.
Nas contas da área econômica, a
ausência dessa receita poderia ser
praticamente coberta com a elevação da contribuição dos militares para 11%, medida capaz de gerar algo em torno de R$ 1,2 bilhão.
Daí a insistência dos ministérios
da Fazenda e do Orçamento em
aplicar esse percentual no projeto
de lei que eleva a contribuição dos
militares. Se cair para cerca de
9%, o recolhimento total será menor e, portanto, insuficiente para
cobrir o rombo de R$ 1,3 bilhão.
Ainda em tramitação no Congresso, o projeto de Orçamento
de 2000 foi elaborado de forma a
garantir ao governo a obtenção de
um superávit primário -o resultado das contas públicas, excluindo o pagamento dos gastos com
juros- de R$ 28,4 bilhões.
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