DA REPORTAGEM LOCAL

A realização de debate entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) é "muito importante" para 74% dos entrevistados pelo Datafolha. Apenas 13% afirmaram que um debate não seria importante, enquanto 10% responderam que a importância seria pequena. Não souberam responder 3% dos eleitores.
A margem de erro dessa pesquisa, feita anteontem, é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Um dado curioso: 70% dos entrevistados disseram que um debate não os faria mudar sua intenção de voto. Desejam o confronto verbal, mas dizem não se deixar influenciar pelo conteúdo.
Dos outros entrevistados, 10% afirmaram ser grande a chance de mudar de voto devido ao debate, 10%, ser média, e 7%, ser pequena; 3% não souberam responder à questão.
Entre os eleitores que pretendem votar em Lula, só 7% dizem ser grande a possibilidade de, com um debate, votar no outro candidato. Entre os eleitores de Serra, a mesma resposta é dada por 12%.
Acredita-se que um debate interessa mais a quem pretende crescer no plano eleitoral e se aproximar do líder das pesquisas. É hoje algo mais conveniente para Serra do que para Lula.
Em 1998, Fernando Henrique Cardoso liderava as pesquisas e não quis debater com os demais concorrentes. Lula, o principal deles, reclamou.
Agora é Serra quem propõe o maior número possível de debates, enquanto Lula se diz disposto a participar de apenas um, para o qual as TVs interessadas poderiam fazer uma rede.
A possibilidade de Lula estar exposto a um desgaste maior que o de Serra em caso de confronto diante das câmeras é visto de maneira um pouco diferenciada entre os eleitores dos dois finalistas.
Para os que dizem que votarão em Lula, 73% consideram muito importante que haja debate. Já entre os eleitores de Serra a cifra sobre para 80%.
Com relação ao sexo do eleitor, 75% dos homens e 73% das mulheres consideram muito importante haver debate.
As diferenças tampouco existem quando se trata da região em que mora o entrevistado: no Sul, 74% dizem ser muito importante um debate; no Nordeste, 77%; no Sudeste, 72%; e no Norte/Centro-Oeste, 75%.
Essas diferenças aparecem quando os eleitores são divididos pelo Datafolha por outros critérios. Os mais jovens, até 24 anos (83%), querem mais um debate que os mais velhos, acima de 60 anos (63%).
Com relação à renda familiar, os mais pobres (73%) têm um interesse ligeiramente inferior por um debate que a faixa de renda mais elevada (78%).
Vejamos agora no pólo oposto, os que acreditam que um debate entre Lula e Serra é desimportante. As maiores porcentagens de pessoas com essa posição surge entre os que têm mais de 60 anos (18%), os que cursaram até o 1º grau (15%), os que se dizem simpatizantes do PTB (22%), ou ainda aqueles que, para o segundo turno, não têm candidato ou pretendem votar em branco ou anular o voto (18%).
Também é reduzido o grupo que diz ser grande a possibilidade de mudar de intenção de voto, dependendo do desempenho dos finalistas num debate.
As maiores porcentagens aparecem nos que se dizem eleitores do PMDB (13%) ou do PTB (22%). (JOÃO BATISTA NATALI)


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