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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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NOVA FROTA

Gasto estimado é de R$ 1,158 mi e inclui 3 caminhões e 4 motocicletas

Planalto vai comprar mais 24 carros

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois da troca completa do enxoval, reformas nos palácios e da compra de dez automóveis para a segurança de Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares, o gabinete do presidente lançou ontem licitação para a compra de mais 24 carros, três caminhões e quatro motocicletas.
O preço estimado pelo edital do pregão é de R$ 1,158 milhão. Os veículos farão o transporte de "pessoas, cargas, documentos, jornais e pequenos objetos diversos", explica o documento, disponível no site do Planalto. A compra "visa melhor equipar a frota atual" da Presidência, completa.
O serviço é feito atualmente por uma frota alugada, que será parcialmente substituída pelos novos veículos. O edital insiste em que o objetivo é "atenuar as dificuldades que vêm sendo enfrentadas em face do grande volume de demandas e de deficiência do transporte terceirizado".
Com os dez novos automóveis modelo Marea destinados à segurança do presidente e parentes nas cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo, cujo contrato foi publicado na edição de anteontem do "Diário Oficial" da União, ultrapassa R$ 1,6 milhão o gasto com veículos novos anunciado nesta semana.
É dinheiro suficiente para pagar o benefício máximo previsto no recém-lançado programa Bolsa-Família (R$ 95) durante um ano a pelo menos 1.400 famílias mais pobres do país.
A assessoria da Casa Civil sustenta, sem apresentar os números, que o custo com a frota própria será menor do que o gasto com o aluguel de veículos. E informa que os motoristas serão requisitados das Forças Armadas.

Gabinete
Gastos com custeio e investimento do gabinete presidencial crescem desde a posse de Lula. Neste ano, mesmo com o ajuste fiscal que bloqueou boa parte das despesas não-obrigatórias da Esplanada, o Planalto gastará quase 50% a mais do que no último ano de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na proposta de Orçamento para 2004, há um aumento de mais 70% nesses gastos. Serão R$ 528,7 milhões, ou duas vezes e meia o que foi gasto em 2002 no gabinete presidencial (R$ 207,9 milhões).
O aumento previsto pelo projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso para o gabinete é bem maior do que o da verba destinada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, por exemplo. O gabinete de Lula gastará mais em 2004 do que vários ministérios: Comunicações, Desenvolvimento, Meio Ambiente, Segurança Alimentar, Cultura, Turismo e Esporte, além da Agência Brasileira de Inteligência.
Estão concentrados no gabinete do presidente (na Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) gastos com publicidade institucional, mas foi a administração do gabinete que mais consumiu dinheiro até agora.
O programa intitulado "Promoção da Ética Pública" e os investimentos previstos no sistema de controle interno do Executivo não saíram do papel, segundo o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais).
Outro edital publicado ontem no site do Planalto abre concorrência para a troca de pisos das dependências da Presidência e nos órgãos vinculados. A previsão de gastos é de R$ 37 mil.


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