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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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DIÁLOGO PARTIDÁRIO

Presidentes dos partidos da base governista comporão o grupo; FHC também se reunia com aliados

Lula anuncia criação de conselho político

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de dois meses de intenso corpo-a-corpo, comandado pela Casa Civil para aprovar as reformas da Previdência e tributária no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, por meio do seu porta-voz, André Singer, a criação de um conselho político, constituído por todos os presidentes dos partidos da base aliada do governo no Congresso.
Singer informou que esse conselho "dialogará permanentemente com o governo". Lula ainda busca uma data para a reunião com os líderes dos partidos da base para oficializar o novo conselho: PC do B, PL, PPS, PSB, PV, PMDB, PP, PSC e PTB. O PDT oficialmente faz parte da base aliada, mas, na prática, já atua com o PSDB e com o PFL na oposição.
Ainda em janeiro, no primeiro mês do governo, durante as negociações com o PMDB para indicar o presidente do Senado, Lula afirmou que pretendia negociar com os partidos de forma institucional por meio dos seus presidentes.
O objetivo dessa negociação via presidentes de partido seria fugir do "varejo"-uma porta aberta para negociações individuais entre Planalto e congressistas.
A idéia de ter um conselho político não é nova. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fazia isso pelo menos uma vez por semana com os líderes dos partidos aliados no Congresso. No entanto, esses encontros eram informais, e seus integrantes não eram considerados "conselheiros".
Esse já é pelo menos o terceiro conselho criado por Lula. Há o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, "o Conselhão", que reúne mais de uma centena de membros, entre empresários, sindicalistas e personalidades, e o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar).
Minutos antes de anunciar a criação do conselho, Singer informou que Lula conversou ontem novamente com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e com os líderes do PT na Casa.
"Ele [o presidente] tem todas as razões para acreditar que a tramitação das reformas da Previdência e tributária se dará da maneira mais tranquila possível no senado", disse Singer.
Apesar do otimismo do presidente, na terça-feira passada, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, não descartou a necessidade de uma convocação extraordinária do Congresso para aprovar as reformas ainda neste ano. Câmara e Senado entram em recesso no dia 15 de dezembro.
Sobre a reforma ministerial, segundo Singer, o presidente "é o maior interessado em que a imprensa divulgue suas decisões sobre reforma ministerial". No entanto, ainda não há, segundo ele, novidades a esse respeito.


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