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DIÁLOGO PARTIDÁRIO
Presidentes dos partidos da base governista comporão o grupo; FHC também se reunia com aliados
Lula anuncia criação de conselho político
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de dois meses de intenso
corpo-a-corpo, comandado pela
Casa Civil para aprovar as reformas da Previdência e tributária
no Congresso, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva anunciou ontem, por meio do seu porta-voz,
André Singer, a criação de um
conselho político, constituído por
todos os presidentes dos partidos
da base aliada do governo no
Congresso.
Singer informou que esse conselho "dialogará permanentemente com o governo". Lula ainda busca uma data para a reunião
com os líderes dos partidos da base para oficializar o novo conselho: PC do B, PL, PPS, PSB, PV,
PMDB, PP, PSC e PTB. O PDT oficialmente faz parte da base aliada,
mas, na prática, já atua com o
PSDB e com o PFL na oposição.
Ainda em janeiro, no primeiro
mês do governo, durante as negociações com o PMDB para indicar
o presidente do Senado, Lula afirmou que pretendia negociar com
os partidos de forma institucional
por meio dos seus presidentes.
O objetivo dessa negociação via
presidentes de partido seria fugir
do "varejo"-uma porta aberta
para negociações individuais entre Planalto e congressistas.
A idéia de ter um conselho político não é nova. O ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) fazia isso pelo menos
uma vez por semana com os líderes dos partidos aliados no Congresso. No entanto, esses encontros eram informais, e seus integrantes não eram considerados
"conselheiros".
Esse já é pelo menos o terceiro
conselho criado por Lula. Há o
Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, "o Conselhão", que reúne mais de uma
centena de membros, entre empresários, sindicalistas e personalidades, e o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar).
Minutos antes de anunciar a
criação do conselho, Singer informou que Lula conversou ontem
novamente com o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP)
e com os líderes do PT na Casa.
"Ele [o presidente] tem todas as
razões para acreditar que a tramitação das reformas da Previdência e tributária se dará da maneira
mais tranquila possível no senado", disse Singer.
Apesar do otimismo do presidente, na terça-feira passada, o
ministro da Casa Civil, José Dirceu, não descartou a necessidade
de uma convocação extraordinária do Congresso para aprovar as
reformas ainda neste ano. Câmara e Senado entram em recesso no
dia 15 de dezembro.
Sobre a reforma ministerial, segundo Singer, o presidente "é o
maior interessado em que a imprensa divulgue suas decisões sobre reforma ministerial". No entanto, ainda não há, segundo ele,
novidades a esse respeito.
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