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CONGRESSO
Mercadante vê disputa entre as duas Casas
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), acusou ontem a Câmara de criar obstáculos à instalação das comissões
mistas que deveriam examinar as
medidas provisórias do governo,
para não ter que dividir com o Senado o poder de negociar eventuais alterações nas propostas.
"Há um problema político, que
vem se repetindo em todas as medidas provisórias. Os deputados
não têm se mobilizado para instalar as comissões mistas, porque,
dessa forma, a Câmara tem total
liberdade para administrar e negociar as MPs. Depois, no Senado,
a margem de manobra dos senadores para negociar mudanças é
pequena", afirmou o líder.
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), afirmou
que o assunto deveria ser respondido pelo líder do governo na Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Rebelo afirmou que as medidas
provisórias sempre foram analisadas primeiro na Câmara, mas
que não se opõe ao revezamento
com o Senado, caso isso seja definido em emenda à Constituição.
A gota d'água para a irritação de
Mercadante foi a não-instalação
da comissão mista que examinaria a MP que aumentou de 3% para 7,6% a alíquota da Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
A sessão de instalação seria na
terça-feira, mas os deputados da
base aliada não apareceram.
Na véspera, Mercadante havia
feito um acordo com os líderes da
oposição de negociar a MP da Cofins em comissão mista. PFL e
PSDB criticam o aumento e reclamam da edição da MP em meio à
discussão da reforma tributária.
"O governo padece de coordenação e liderança. O acordo proposto pelo governo foi atropelado
pelo próprio governo. A não-instalação é um complicador para a
tramitação da reforma tributária", disse o líder do PFL, José
Agripino (RN).
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