DA REPORTAGEM LOCAL

Ronan Maria Pinto, suspeito de envolvimento no esquema de propinas na prefeitura de Santo André, pretende comprar o "Diário do Grande ABC". O jornal, com sede naquele município, tem circulação de 30 mil exemplares durante a semana e de 50 mil nos domingos, segundo a empresa.
A família Polesi, que detém 40% das ações da empresa, tenta evitar a entrada de Ronan, investigado por suspeita de irregularidades em contratos na administração do prefeito petista Celso Daniel (assassinado no ano passado).
"O Conselho de Administração e os executivos estão se sentindo intimidados por uma escalada de pressões cujo objetivo é impor um novo sócio", diz Alexandre Polesi, 46, filho de um dos fundadores do jornal. O grupo é controlado pelas famílias Polesi e Dotto, que mantêm disputas entre si na Justiça por causa de divergências sobre a administração do jornal.
Em janeiro, Ronan tentou comprar as ações dos Polesi. A proposta foi rejeitada. Em fevereiro, Ronan tentou adquirir de forma velada as ações de Maury Dotto, o que gerou nova batalha judicial.
"Nossos sócios agem como se fossem testas-de-ferro", diz Polesi. "Ronan não está mais interessado em comprar o jornal", alega Evenson Robles Dotto, 40, filho de Maury. "Nós desistimos de vender. Não somos testa-de-ferro de ninguém. Ninguém pode forçar ninguém a vender", diz Evenson. Procurado, Ronan não quis se manifestar sobre o caso.
Afastado da superintendência do jornal, Evenson associou-se a Ronan na Expresso Nova Santo André. José Carlos Anunciação, advogado de Ronan, participou de reuniões do conselho de administração do jornal representando os Dotto. FREDERICO VASCONCELOS


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