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OUTRO LADO
Adhemar assumiu depois de contratos, afirma Eletronorte
DA REPORTAGEM LOCAL
Por intermédio da assessoria da estatal, o diretor de
Planejamento e Engenharia
da Eletronorte, Adhemar
Palocci, se recusou a comentar o teor dos e-mails em poder da CPI dos Correios.
A assessoria de imprensa
da Eletronorte afirmou ainda que Adhemar ocupa o
cargo desde março deste ano
e que, portanto, estava fora
da diretoria quando a Interbrazil venceu três concorrências no setor de energia:
nas companhias do Paraná
(Copel) e de Goiás (Celg),
além das usinas Angra 1 e 2.
Segundo nota da Eletronuclear, o papel da Interbrazil
foi "apenas de intermediação, para a qual é remunerada em até 3% do valor do
prêmio", no caso de Angra.
Ainda segundo a nota, dez
empresas "habilitadas pela
Susep e autorizadas pelo
IRB" entraram na concorrência, em 2003, sendo que
apenas quatro compareceram no dia da disputa.
O total segurado foi de
US$ 1 bilhão por danos materiais e US$ 70,8 milhões
por responsabilidade civil.
Ainda segundo a nota, o IRB
recebeu um prêmio de
US$ 3,5 milhões pela apólice.
A Interbrazil, US$ 32.630,04
pela intermediação.
Em depoimento à CPI dos
Correios, o diretor-presidente da Interbrazil, André
Marques, falou em R$ 400
mil, R$ 500 mil, pagos a Interbrazil.
Procurado pela Folha,
Marques disse que não poderia falar por estar dirigindo. Pediu que lhe fosse enviado um e-mail. Não respondeu à mensagem nem
aos insistentes telefonemas.
Dono de uma gráfica que
teria produzido "bandeirinhas" para a campanha do
PT no ano passado, Cláudio
Marques da Silva não quis
comentar o teor dos e-mails.
Ao ouvir o conteúdo dos e-mails, repetiu: "nada a declarar. Não quero comentar esses e-mails. Pergunte ao meu
irmão [André Marques]".
Embora tenha admitido ao
próprio irmão a colaboração
de R$ 1 milhão em material
de campanha no ano passado, ele não quis falar de sua
participação. Cláudio ameaçou entrar na Justiça contra
a Folha caso seu nome fosse
mencionado na reportagem.
Recomendou contato com
seu advogado, que, procurado, não retornou.
Destinatária dos e-mails, a
secretária Maria Cristina da
Cruz também não quis tocar
no assunto. "Só para mim
que ele mandou esse e-mail?", perguntou. Segundo
seu advogado, Fernando
Atie, ela "não se sente confortável para tocar no assunto agora".
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