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MATO GROSSO
Arcanjo seria o mandante
Ex-PM é condenado por morte de dono de jornal
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O ex-cabo da Polícia Militar
Hércules Araújo Agostinho, 34,
foi condenado ontem em Cuiabá
a 18 anos de prisão pelo assassinato do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior.
O crime ocorreu em 30 de setembro de 2002. Brandão era dono do jornal "Folha do Estado".
Nos meses que antecederam sua
morte, o jornal publicou reportagens contra o crime organizado, o
que motivou o assassinato.
Hércules confessou, durante o
julgamento, ter matado Sávio
Brandão. Afirmou ainda que o assassinato foi encomendado por
R$ 85 mil pelo ex-policial civil
João Arcanjo Ribeiro, 52.
Preso desde abril em Montevidéu (Uruguai), por uso de documentos falsos, Arcanjo, o "comendador", é acusado de liderar
o crime organizado em MT.
Segundo Hércules, o ex-soldado da Polícia Militar Célio Alves
de Souza, 38, disse que o crime foi
encomendado por Arcanjo. Souza está preso em Cuiabá. Ele teria
vigiado Sávio Brandão durante
seis meses para preparar o crime.
"O Célio [Alves de Souza] me
procurou e disse que Arcanjo tinha dado sinal verde", afirmou
Hércules. O advogado de Souza,
Valmir Cavalheri, disse que ele
nega ter participado da morte.
Um dia após o assassinato de
Sávio Brandão, Hércules foi preso. Fugiu no dia 1º de maio deste
ano e foi recapturado em setembro. Ele disse que ficaria com R$
30 mil dos R$ 85 mil pagos por
Arcanjo, mas afirma não ter recebido o dinheiro.
O Ministério Público Estadual
denunciou Arcanjo como o mandante da morte. Ainda não há data para o julgamento, que depende da extradição dele. Procurado
pela reportagem, o advogado
João Santos Gomes Filho, mas ele
não telefonou de volta. Anteriormente, ele havia afirmado que Arcanjo não ordenara o assassinato.
A defesa disse que recorrerá da
decisão. A família de Brandão deve entrar com recurso para aumentar a pena.
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