|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Compromisso com Planalto sela eleição de potiguar
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Que a oposição não se engane. A eleição de Garibaldi Alves
(RN) para a presidência do Senado foi resultado de um compromisso claro da cúpula do
PMDB com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva: alçar ao
comando do Congresso um
aliado confiável.
O senador potiguar não era,
mas se transformou nesse tipo
de aliado. Para viabilizar o
apoio do governo, fez todas as
deferências a Lula. Em conversa três semanas atrás, prometeu ser coisa do passado os dias
de oposicionista na relatoria da
CPI dos Bingos (2005-2006).
Na véspera da eleição para
comandar o Senado, reuniu-se
por uma hora com Lula e o ministro das Relações Institucionais, José Múcio. E ontem,
quando foi eleito com 68 votos,
voltou ao Planalto acompanhado da cúpula do PMDB para
ajudar o governo na batalha da
prorrogação da CPMF.
Um dos poucos peemedebistas que fazem franca oposição a
Lula, o senador Jarbas Vasconcellos (PE) constata com realismo: "O Garibaldi começou como o candidato nosso, da oposição, e terminou como o candidato do Lula, do Sarney e do Renan. É um bom sujeito, mas não
tenho ilusão".
Obviamente, o peso institucional da presidência do Senado não permitirá submissão escancarada ao Palácio do Planalto -é fato a boa relação de Garibaldi com PSDB e DEM, partidos que votaram em peso nele.
O temperamento moderado e
brincalhão do senador contribuirá para serenar os ânimos
numa Casa que está de saída de
uma de suas piores crises.
Apesar de discretamente
pró-Lula, a gestão Garibaldi
não deverá gerar grandes emoções. Extenuados pela conflituosa tramitação da prorrogação da CPMF e em plena ressaca política do caso Renan Calheiros, governo e oposição têm
interesse na recomposição do
clima de tediosa civilidade característico do Senado.
Texto Anterior: Outro lado: Senador nega ter ajudado a pagar defesa Próximo Texto: Greve de fome de bispo não vai parar obras, avisa Lula Índice
|