São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Líder de assentamento rural é assassinado no interior de Minas

João Calazans presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pingo D'Água

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

O líder de um assentamento rural foi assassinado anteontem, em Pingo D'Água (MG). João Alves Calazans, 50, ligado à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais, estava no quintal de casa com a mulher, a sogra, uma cunhada e os dois filhos quando foi atingido por um tiro na cabeça, por volta das 21h30.
Segundo a PM, ninguém viu o assassino, mas suspeita-se que ele tenha fugido em uma moto. Calazans morreu antes de chegar ao hospital. Presidente da Associação do Assentamento Chico Mendes 2, também presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pingo D'Água. Foi secretário do Meio Ambiente do município e coordenador regional da Fetaemg.
A Polícia Civil deteve ontem três pessoas que teriam tido atritos com o sindicalista. Segundo o escrivão Mauro Garcia, as três seriam liberadas após prestar esclarecimentos.
Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), as terras do assentamento foram invadidas em 1999 e, mesmo após a criação do assentamento, em 2002, há conflitos na área por causa da demora do governo em finalizar a divisão do espaço.
Em nota, a comissão disse que Calazans recebia ameaças e que sua morte era "anunciada". "Ele incomodou os latifundiários do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço, denunciou as péssimas condições de trabalho e a exploração de trabalhadores rurais nas carvoarias da região, que sustentam as siderúrgicas."
O Incra diz que 48 famílias vivem no assentamento, mas algumas diziam estar insatisfeitos com a divisão de lotes.


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