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D. Mauro diz que deve participar do Fome Zero
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O bispo de Duque de Caxias
(RJ), d. Mauro Morelli, afirmou
ontem após reunião com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que
deverá participar do Conselho de
Segurança Alimentar, órgão consultivo do programa Fome Zero.
Segundo o bispo, seu nome deverá ser indicado para o conselho
"pela sociedade" (o Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e
Nutricional, do qual faz parte) e
deverá ser aceito. Ele reafirmou
que, se houve veto ao seu nome,
esse não partiu do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
D. Mauro não quis dizer de
quem partiu o veto e comparou
seu comportamento na semana
passada, quando veio a público
para dizer que havia restrições ao
seu nome, ao de uma criança que
esperneia para ser ouvida.
"Eu acho que há momentos especiais. A cooperação crítica é
fundamental para avançar. Às vezes até as crianças fazem isso, as
crianças esperneiam e gritam
quando não lhe dão ouvidos." E
completou: "Eu acho que nós chegamos ao momento em que havia
uma insatisfação da sociedade,
dos movimentos sociais, porque
nós não estamos discutindo o
programa como tal, houve um
momento de tensão muito forte,
de desencontros, isso é normal".
Por meio do porta-voz André
Singer, Lula negou o veto. "Convém esclarecer que não há qualquer veto a dom Mauro Morelli
no Conselho de Segurança Alimentar. Ao contrário, dom Mauro Morelli é uma figura querida
do governo e poderá participar do
conselho, cuja composição ainda
está em elaboração", disse Singer.
Segundo d. Mauro, é preciso
deixar claro que o governo está
tratando do direito humano à alimentação e à nutrição. "Não é
uma campanha de combate à fome, unicamente." Ele disse que a
questão da sua indicação para o
conselho é política.
D. Mauro afirmou que continuará fazendo críticas, quando
julgar necessário. "Eu sempre fui
crítico. A minha postura é sempre
de cooperação crítica", afirmou.
Irônico, afirmou que é cedo para cobrar definições do governo.
"O pessoal ainda está disputando
espaço de salas, tentando entender a máquina, a gente não deve
ficar muito apressado."
D. Mauro cobrou do governo o
aproveitamento de propostas elaboradas por movimentos sociais.
Citou a ASA (Articulação do Semi-Árido), entidade que, segundo ele, reúne cerca de 900 organizações sociais.
MST
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vai
participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o
órgão do governo federal encarregado de discutir e formular propostas de reformas previdenciária, trabalhista, tributária, agrária
e política.
O secretário-executivo do conselho, ministro Tarso Genro,
acertou a participação do MST
em reunião com um dos líderes
do movimento, João Pedro Stedile. O MST indicou para o conselho Roberto Baggio, da coordenação nacional do movimento no
Paraná. É o 42º membro anunciado pelo governo. Faltam 40.
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