São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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D. Mauro diz que deve participar do Fome Zero

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O bispo de Duque de Caxias (RJ), d. Mauro Morelli, afirmou ontem após reunião com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que deverá participar do Conselho de Segurança Alimentar, órgão consultivo do programa Fome Zero.
Segundo o bispo, seu nome deverá ser indicado para o conselho "pela sociedade" (o Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional, do qual faz parte) e deverá ser aceito. Ele reafirmou que, se houve veto ao seu nome, esse não partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
D. Mauro não quis dizer de quem partiu o veto e comparou seu comportamento na semana passada, quando veio a público para dizer que havia restrições ao seu nome, ao de uma criança que esperneia para ser ouvida.
"Eu acho que há momentos especiais. A cooperação crítica é fundamental para avançar. Às vezes até as crianças fazem isso, as crianças esperneiam e gritam quando não lhe dão ouvidos." E completou: "Eu acho que nós chegamos ao momento em que havia uma insatisfação da sociedade, dos movimentos sociais, porque nós não estamos discutindo o programa como tal, houve um momento de tensão muito forte, de desencontros, isso é normal".
Por meio do porta-voz André Singer, Lula negou o veto. "Convém esclarecer que não há qualquer veto a dom Mauro Morelli no Conselho de Segurança Alimentar. Ao contrário, dom Mauro Morelli é uma figura querida do governo e poderá participar do conselho, cuja composição ainda está em elaboração", disse Singer.
Segundo d. Mauro, é preciso deixar claro que o governo está tratando do direito humano à alimentação e à nutrição. "Não é uma campanha de combate à fome, unicamente." Ele disse que a questão da sua indicação para o conselho é política.
D. Mauro afirmou que continuará fazendo críticas, quando julgar necessário. "Eu sempre fui crítico. A minha postura é sempre de cooperação crítica", afirmou.
Irônico, afirmou que é cedo para cobrar definições do governo. "O pessoal ainda está disputando espaço de salas, tentando entender a máquina, a gente não deve ficar muito apressado."
D. Mauro cobrou do governo o aproveitamento de propostas elaboradas por movimentos sociais. Citou a ASA (Articulação do Semi-Árido), entidade que, segundo ele, reúne cerca de 900 organizações sociais.

MST
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vai participar do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o órgão do governo federal encarregado de discutir e formular propostas de reformas previdenciária, trabalhista, tributária, agrária e política.
O secretário-executivo do conselho, ministro Tarso Genro, acertou a participação do MST em reunião com um dos líderes do movimento, João Pedro Stedile. O MST indicou para o conselho Roberto Baggio, da coordenação nacional do movimento no Paraná. É o 42º membro anunciado pelo governo. Faltam 40.


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