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Brasil e Argentina querem se unir contra pobreza
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
Os governos argentino e brasileiro começarão hoje a discutir a criação de uma comissão
conjunta de combate à pobreza. A proposta de cooperação
fará parte da pauta da visita oficial do presidente argentino,
Eduardo Duhalde, que desembarca hoje pela manhã em Brasília para encontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Duhalde retribui o gesto de
Lula, que visitou a Argentina
em dezembro, em sua primeira
viagem como presidente eleito
-a intenção era mostrar que o
Mercosul e os países vizinhos
ocupariam um lugar de destaque na política externa.
A criação da comissão contra
a pobreza foi confirmada ontem pelo chanceler argentino,
Carlos Ruckauf. Os trabalhos
iniciais seriam de troca de informações sobre os projetos
sociais implementados pelos
dois governos.
O chanceler não mencionou
a proposta de criação de uma
espécie de bolsa de trocas de
alimentos, feita em novembro
por José Graziano, agora ministro brasileiro de Segurança
Alimentar e Combate à Fome.
Até o início da noite de ontem, o governo argentino havia
confirmado que estariam no
Brasil os ministros Roberto Lavagna (Economia), Aníbal Fernández (Produção) e Carlos Ruckauf (Relações Exteriores).
Os presidentes devem discutir, além da cooperação no
combate à pobreza, políticas
para fortalecer o Mercosul,
conflitos comerciais e a política
energética da Argentina.
Duhalde anunciará o apoio a
duas propostas impulsionadas
pelo governo brasileiro: a criação do Parlamento do Mercosul e o início das discussões sobre mecanismos de coordenação macroeconômica do bloco
-seriam discutidas metas de
inflação, déficit público e endividamento.
Lula e Duhalde também tratarão de três assuntos que têm
gerado conflitos entre os países: a política de preços mínimos imposta pela Argentina aos produtores de frango brasileiros, a política que ambos
adotarão no setor açucareiro e
a compra da argentina Pérez
Companc pela Petrobras.
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