São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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Brasil e Argentina querem se unir contra pobreza

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

Os governos argentino e brasileiro começarão hoje a discutir a criação de uma comissão conjunta de combate à pobreza. A proposta de cooperação fará parte da pauta da visita oficial do presidente argentino, Eduardo Duhalde, que desembarca hoje pela manhã em Brasília para encontrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Duhalde retribui o gesto de Lula, que visitou a Argentina em dezembro, em sua primeira viagem como presidente eleito -a intenção era mostrar que o Mercosul e os países vizinhos ocupariam um lugar de destaque na política externa.
A criação da comissão contra a pobreza foi confirmada ontem pelo chanceler argentino, Carlos Ruckauf. Os trabalhos iniciais seriam de troca de informações sobre os projetos sociais implementados pelos dois governos.
O chanceler não mencionou a proposta de criação de uma espécie de bolsa de trocas de alimentos, feita em novembro por José Graziano, agora ministro brasileiro de Segurança Alimentar e Combate à Fome.
Até o início da noite de ontem, o governo argentino havia confirmado que estariam no Brasil os ministros Roberto Lavagna (Economia), Aníbal Fernández (Produção) e Carlos Ruckauf (Relações Exteriores).
Os presidentes devem discutir, além da cooperação no combate à pobreza, políticas para fortalecer o Mercosul, conflitos comerciais e a política energética da Argentina.
Duhalde anunciará o apoio a duas propostas impulsionadas pelo governo brasileiro: a criação do Parlamento do Mercosul e o início das discussões sobre mecanismos de coordenação macroeconômica do bloco -seriam discutidas metas de inflação, déficit público e endividamento.
Lula e Duhalde também tratarão de três assuntos que têm gerado conflitos entre os países: a política de preços mínimos imposta pela Argentina aos produtores de frango brasileiros, a política que ambos adotarão no setor açucareiro e a compra da argentina Pérez Companc pela Petrobras.


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