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CONGRESSO
Partido busca forçar PT a se posicionar sobre eleição à presidência da Casa
PMDB quer antecipar nome ao Senado
RAQUEL ULHÔA
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o PT decidiu jogar o
peso do governo na eleição do deputado João Paulo Cunha (SP)
para presidir a Câmara, a cúpula
do PMDB resolveu medir forças
com o Planalto e está tentando
antecipar a indicação do candidato da sigla para presidir o Senado.
Se tiver sucesso, a escolha pode
ocorrer ainda nesta semana.
A idéia é transformar a candidatura do senador Renan Calheiros
(AL), que tem o apoio da cúpula,
em fato consumado. Restaria ao
PT uma opção: apoiar o nome de
Renan, se ele confirmar seu favoritismo na bancada, ou assumir
publicamente que prefere José
Sarney (AP) e o rompimento do
acordo entre as duas siglas para as
eleições das Mesas do Congresso.
Na Câmara, a candidatura de
João Paulo enfrenta turbulência
menor. Ainda assim o deputado
anunciou um roteiro de visitas
aos Estados e o reforço dos ministros na campanha. Nesta semana,
ele irá a Minas e Pernambuco.
Os senadores peemedebistas estão sendo consultados pelo líder,
Renan, sobre a possibilidade de a
escolha ocorrer ainda nesta semana. "O PT já escolheu o candidato
na Câmara. Se há um acordo com
o PT, o PMDB deve apresentar logo o nome para o Senado", disse o
presidente da Casa, senador Ramez Tebet (MS).
A Executiva Nacional do PMDB
está convencida de que o PT trabalha por Sarney nos bastidores e
busca pretextos para romper o
acordo, pelo qual o PT apoiaria o
candidato escolhido pelo PMDB
no Senado e o PMDB, o candidato
do PT na Câmara.
Formalmente, o acordo não foi
rompido. Mas, na semana passada, o presidente nacional do PT,
José Genoino, negou-se a assinar
documento proposto pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), reafirmando o compromisso.
"O acordo não será descumprido pelo PMDB. A bancada vai indicar o seu candidato e levá-lo ao
plenário. Se o PT quiser, que descumpra o acordo. Mas terá que
assumir isso", afirmou Renan.
Nas contas da cúpula, o líder
ainda disporia da maioria dos votos da bancada. Mas a interferência do governo e os sinais de sua
preferência por Sarney indicam
que o quadro pode se alterar.
Para deixar claro que o PMDB
insiste no acordo, o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA),
decidiu ir ontem a um jantar oferecido por deputados da ala dissidente do partido a João Paulo.
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