São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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MEMÓRIA

Político deixou o PT em abril de 2001 com críticas ao partido e a Lula

Morre aos 74 o senador Lauro Campos

Beto Barata - 23.mai.2001/Folha Imagem
O senador Lauro Campos (PDT)


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Lauro Campos (PDT-DF) morreu ontem aos 74 anos no Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), em São Paulo, vítima de complicações de um infarto ocorrido em outubro. O senador estava internado no Incor desde 10 de dezembro para tratar de complicações renais e no fígado.
Em 24 de dezembro, Campos recebeu alta e já se preparava para voltar a Brasília, quando começou a ter febre. Mesmo com medicação, a febre não cedeu, seu estado de saúde piorou e ele permaneceu em coma induzido por vários dias até morrer. Seu corpo chega nesta madrugada em Brasília e será velado no Congresso Nacional.
Campos deixou o PT em abril de 2001 fazendo um discurso amargo, com duras críticas ao partido pelo qual foi eleito, ao atual ministro da Educação, Cristovam Buarque (PT-DF), e até ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nunca fui lulista", disse Campos, em carta escrita ao então presidente do PT, José Dirceu. O documento foi lido em plenário no dia 18 de abril de 2001.
Campos sentia-se expulso do PT, por não recebido apoio da cúpula do partido para disputar a reeleição. Lula deu declarações públicas apoiando a candidatura de Cristovam.
Na carta a Dirceu, o senador disse que Lula quis "coactar" (restringir) o processo de livre escolha dos candidatos ao Senado. Isso, segundo ele, evidenciava que "a ditadura pelega e intelectualóide que se instaurou no PT venceu arrasadoramente". Na ocasião, o senador criticou o PT por se "neoliberalizar" e se "despetizar".
Professor universitário de economia, Campos fazia longos discursos, quase sempre marcados pelas críticas ao capitalismo e ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
(RAQUEL ULHÔA)


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