São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Repasses eram por carro em comum, afirma deputado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado João Herrmann (PDT-SP) disse, em nota, que os depósitos mensais na sua conta pessoal feitos pela Beta, detectados pela CPI dos Correios, destinavam-se a ressarcir gastos com viagens e manutenção de um automóvel usado em comum por familiares dele e do empresário Ioannis Amerssonis, dono da Beta.
A CPI localizou 25 pagamentos da Beta na conta de Herrmann no banco Citibank de São Paulo. Os valores oscilavam de R$ 3.000 a R$ 3.800, num total de R$ 79 mil acumulados entre março de 2003 e março de 2005.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo deputado:

 

"As notícias envolvendo-me nos atuais episódios negativos da nação são uma tragédia na minha vida pessoal, familiar e política. Declaro o seguinte:
1) Minha família e a família do sr. Ioannis são muito próximas e há tempo gozamos de grande convivência. Nossa amizade não se abriga sob governos, deste ou de qualquer outro. O sr. Ioannis é meu amigo e como tal não nos faltamos um ao outro. Tampouco eu lhe faltaria num momento de turbulência. Apesar de parlamentar, espero poder continuar a ter amigos.
2) As atividades empresariais do sr. Ioannis não colidem com minhas atividades políticas até porque, estas, as faço há 40 anos sem nenhuma, enfatizo, nenhuma interrupção com os compromissos dos princípios políticos que me governam que, além da democracia, alcançam a ética e a moral na política.
3) Exibo um patrimônio pessoal acumulado desde 1969. Graças a Deus, o resultado do meu trabalho inibe a necessidade de receber dinheiros ou vantagens, de quem quer que se trate ou a qualquer título, a não ser provindos dos meus resultados empresariais, sempre exitosos. Sei que todo recurso financeiro, qualquer que seja seu valor, tem sua importância. Mas pude até hoje dar à minha esposa, meus cinco filhos, meus sete netos, uma vida digna, exclusivamente graças aos frutos do meu trabalho. Orgulho-me disto e as acusações de receber dinheiro me envergonham, me insultam e me abespinham. Mas me incitam a lutar pela minha honra.
4) Meu mandato é público. Nada impede que seja questionado e investigado. Assim eu o quero exercer. Espero, no entanto, que ele o seja investigado sob a melhor forma do direito e na ausência de sensacionalismo.
5) Quanto à notícia que envolve meu nome a CPI, possuo farta documentação em que comprovo o ressarcimento que fazia o sr. Ioannis às despesas realizadas com o carro Volkswagen, modelo Passat, importado, blindado, placas DCA-0450, que ficava disponível para os compromissos das crianças e familiares em comum na cidade de São Paulo ou em viagens. As despesas variáveis de combustível, pedágios, estacionamento, oficina e pequena manutenção quando pagas por mim eram prestadas contas e ressarcidas pelo sr. Ioannis de forma legal, transparente, em conta bancária pessoal aberta há mais de 20 anos no banco Citybank, contabilmente registradas. O veículo em questão foi afastado no início do ano passado pelo elevado custo de manutenção de um carro blindado e importado. O carro que hoje nos serve é uma Toyota Hillux, ano 2005, placas HCF-6488, de minha propriedade.
6) Meu mandato e eu próprio ficamos à disposição para qualquer averiguação oficial. Desde já ofereço minhas contas bancárias para qualquer esclarecimento que se exija. Espero que afastadas as acusações dêem-me o mesmo tratamento. Biografia é o amanhã e quero continuar edificando-a como sempre a fiz pela esquerda democrática.
7) A partir de agora, vou lutar pelo que mais caro tenho, que é o nome que herdei do meu pai, embora doravante, pela forma como foi tratada a notícia, não há como retirar da minha vida a ferida e a cicatriz na minha honra.
João Herrmann Neto"


Texto Anterior: Escândalo do "Mensalão"/Hora das provas: PDT pune Herrmann por depósitos suspeitos
Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: Ataques a Kassab irritam PFL e PSDB pró-Serra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.