|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cúpula tucana prepara intervenção na disputa
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob orientação do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, o
comando do PSDB se reúne, na
semana que vem, para fixar critérios para a escolha do candidato
do partido à Presidência. Os tucanos também pretendem cobrar
dos postulantes o compromisso
de apoio ao escolhido.
"Temos de agir para impor uma
ação da direção. Não vamos deixar o partido ao léu. Temos de impor critérios. Não é nada pessoal",
disse o governador de Minas, Aécio Neves, um freqüente interlocutor de FHC e também encarregado dessa articulação.
FHC deverá conversar com o
presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), até amanhã, quando
viaja para o exterior. As conversas
deverão acontecer em Brasília,
com a convocação do Congresso.
A estratégia foi traçada na noite
de anteontem, durante intensa
agenda de reuniões, que incluiu a
ida de aliados de Serra a São Paulo. Nelas, segundo contam tucanos, FHC teria admitido as dificuldades para que o governador
Geraldo Alckmin viabilize sua
candidatura à Presidência, especialmente a falta de tempo.
Como é cada vez mais forte a hipótese de o prefeito de São Paulo,
José Serra, concorrer, FHC teria
manifestado preocupação com o
custo político da renúncia em São
Paulo. Por isso, defendeu adoção
de medidas para minimizá-lo.
No partido, a leitura é que só
uma declaração de Alckmin seria
capaz de aplacar os efeitos da renúncia no Estado. "O Serra vai ter
de sair ungido", afirmou Aécio.
Segundo ele, o PSDB terá de pagar o preço se, até março, Alckmin não esboçar real chance de
vitória. "Se Alckmin tiver condições efetivas de ganhar, o custo de
ele disputar é muito menor. Se
não, o PSDB vai pagar o custo."
Nas conversas, FHC ponderou
que Alckmin está agindo dentro
do limite, mas que, em 45 dias, a
situação poderá sair do controle.
Segundo interlocutores, o ex-presidente, em tom de brincadeira,
disse que Serra só está calmo por
causa de sua performance nas
pesquisas.
FHC disse ainda estar preocupado com a falta de candidato natural em São Paulo e reconheceu
não estar seguro de que Alckmin
ficará no cargo até o fim do mandato se Serra for o escolhido.
Texto Anterior: Skaf descarta Serra e diz ser Alckmin o "candidato natural" Próximo Texto: Judiciário: Lula não partidariza STF, diz ministro Índice
|