São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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JUDICIÁRIO

Para Thomaz Bastos, nomeação de membros pelo presidente é legítima

Lula não partidariza STF, diz ministro

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está "partidarizando" o STF (Supremo Tribunal Federal).
A afirmação é uma resposta à oposição, que questiona se Lula pode indicar mais ministros do STF. Lula nomeou quatro dos 11 membros e, até o final da gestão, deverá indicar outros três -a vaga abre em caso de morte, de aposentadoria ou afastamento. O ex-ministro Tarso Genro (PT) e o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) seriam alternativas do presidente.
"Não estamos partidarizando o STF. As pessoas indicadas por Lula têm sempre uma constante: compromisso com políticas públicas, com a impessoalidade e com a República", disse Bastos, que participou ontem da posse do novo superintendente da Polícia Federal de São Paulo, Geraldo José de Araújo.
Araújo é o terceiro policial a ocupar o cargo na gestão de Lula. O primeiro foi Francisco Baltazar da Silva, ex-segurança do presidente e investigado pela PF por envolvimento com doleiros. Desde a saída de Baltazar, em 2005, o cargo era ocupado por José Ivan Lobato, que goza da confiança do diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, e de Bastos.
A posse de Araújo, que prometeu priorizar o combate à corrupção e ao narcotráfico, marca o retorno de policiais mais operacionais ao comando da PF. Ele foi corregedor e superintendente na PF do Pará. Em 1991, comandou uma operação de resgate de 53 brasileiros no Haiti. Entre 2003 e 2005, foi adido policial na Colômbia.
"Quem me conhece sabe que não gosto de três coisas: corrupção, corrupto e corruptor", disse Araújo. Durante discurso, ele afirmou ter ouvido que o ministro é um homem vaidoso e que aceitou o cargo por "mera veleidade". Afirmação com a qual não concorda.
Bastos afirmou: "Realmente, ser ministro da Justiça é uma coisa que fala muito à vaidade, mas o fato é que hoje estava em meu último dia de férias. Vim porque participar da posse do sr. [Araújo] é importante."


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