DA REPORTAGEM LOCAL

Uma confluência de interesses do governo de Hugo Chávez e do Fórum Social Mundial em Caracas, na Venezuela, faz com que os organizadores do encontro planejem um evento específico durante a semana de atividades, que começa no próximo dia 24, para reunir chefes de Estado de esquerda e o próprio presidente venezuelano num único grande ato.
O "comício" -que terminaria sendo um evento celebratório da onda esquerdista na América Latina- foi pedido pelo governo Chávez à organização do fórum, segundo Maria Luísa Mendonça, integrante da secretaria do Conselho Hemisférico do fórum.
"A consulta que veio do governo da Venezuela era no sentido de ter um momento específico para os chefes de Estado", ela diz. Segundo ela, tal ato, que a princípio poderia ocorrer no dia 25, também interessaria ao fórum, já que concentraria a participação dos líderes políticos oficiais e daria mais espaço para o restante das discussões nos demais dias.
Um dos membros do Grupo Facilitador do fórum na Venezuela (equipe encarregada da coordenação do encontro), Edwin Sambrano disse à Folha que "é possível, mas não é certo", que haja a realização de um grande ato coordenado por Chávez de que também participasse o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales. A presença de Tabaré Vasquez, do Uruguai, também é possível, e organizadores não descartam a possibilidade da presença da socialista Michelle Bachelet, que concorre à presidência do Chile amanhã.
Se tal encontro se concretizar, a dúvida ficaria por conta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sambrano diz que o mais provável é que a participação de Lula no fórum, caso aconteça, se dê separadamente à do seu colega venezuelano. Segundo o organizador, a razão estaria nos convites distintos recebidos pelos dois políticos, por diferentes organizações com programações para dias distintos. (RAFAEL CARIELLO)


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